Motos invadem zona rural de Sergipe

Moto tem diversas utilidades no campo
Ver um homem em cima de uma carroça, conduzindo tranquilamente seu animal pela estrada de terra, é uma cena cada vez mais rara nas áreas rurais do interior sergipano. Agora o que se vê são animais presos em currais e os camponeses se deslocando pra lá e pra cá em cima da garupa de uma moto, o novo transporte popular do campo.

Quem tem, não quer saber de outra vida. Quem não tem, vive cobiçando o mais novo sonho de consumo dos lavradores sergipanos. “Rapaz, eu acho que deve adiantar muito o lado da gente. De vez em quando uso a de um colega meu pra ir lá no

Joelson sonha em ter uma
centro e chego bem mais rápido. É massa”, diz o jovem Joelson Batista, que ajuda o pai nas atividades rurais.

No trabalho, a moto também se tornou melhor amiga do homem do campo. Pela estrada de chão batido do povoado Queimadinhas, na cidade de Itabaiana, por exemplo, já é possível notar o emprego do veículo de duas rodas na venda do leite, antes feito em carroças, e no transporte de pequenas cargas de madeira e frutas. Para o cavalo, antigo parceiro do agricultor, sobra apenas o trabalho pesado.

Cena cada vez mais rara no campo

“Quando preciso levar bastante lenha pra passar a semana em casa, não tem como carregar na moto, não. Tem que ser aqui na carroça”, conta o lavrador Raimundo Antônio dos Santos. Uma situação ingrata para os animais, que agora parecem ter apenas serventia na hora da dureza. Quando o momento é de lazer quem cruza a porteira da roça é a moto.

Parcelas a partir de R$ 80

Estima-se que mais da metade dos carros de Sergipe estejam concentrados na capital, estatística inversa ao número de

“Facilita até conquistar mulher”, diz Manoel
motocicletas que estão presentes em maior quantidade no interior, de acordo com o Departamento de trânsito (Detran). Com prestações a partir de R$ 80, sem nenhuma entrada, o acesso às motos não é mais um grande obstáculo, mas convencer os condutores da zona rural a usarem capacete ainda é um desafio.

“Eu mesmo tinha até vontade de comprar, mas vira e mexe esses guardas de trânsito levam as motos do povo só porque não usam capacete, aí prefiro andar em meu jegue mesmo”, fala seu Luiz Silva. Além do uso do acessório, é importante frisar que o condutor deve ter carteira de habilitação, fazer manutenção no veículo e sempre ter à mão a documentação da motocicleta.

Polêmicas à parte, uma coisa é certa: moto na roça virou mais que a praticidade, é status social. Quem confirma isso é o desempregado Manoel Neto. “Quem tem uma dessa sai mais, se diverte mais, vai pras festas. Já pensou chegar numa festa montado em um cavalo? Com moto fica mais fácil até do cara conquistar uma mulher”, acredita.

Por Glauco Vinicius

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