MPF vai analisar despejo no Santa Maria

Momento em que PM lança spray de pimenta contra ocupantes (Fotos: Cássia Santana/Arquivo Portal Infonet)

O Ministério Público Federal (MPF) vai analisar a situação das famílias despejadas do terreno localizado nas imediações do Loteamento Marivan, no bairro Santa Maria, em Aracaju. O procurador regional da república Ramiro Rockenbach, da Procuradoria dos Direitos do Cidadão, vê semelhança entre as famílias expulsas do povoado Cabrita, em 2014, por força de determinação judicial, e a forma como o processo de desocupação foi realizado, também pela Polícia Militar e em cumprimento a decisão judicial, no bairro Santa Maria na manhã da quarta-feira, 12.

O procurador regional da república se comunicou com defensores públicos que estão acompanhando as famílias do Marivan e está aguardando documentos que deverão ser enviados pela Defensoria Pública para melhor análise. Aos defensores públicos, o procurador da república observou semelhança entre o conflito do Santa Maria e o registrado em 2014 no povoado Cabrita.

A diferença entre os casos, conforme explica o procurador, está no perfil das famílias. No episódio do povoado Cabrita, se identificou o viés da reforma agrária, item que provocou a interferência do MPF e o procurador já ajuizou ação para que a questão seja tratada no âmbito da Justiça Federal. E, no caso do Marivan, o procurador já se colocou à disposição da Defensoria Pública para analisar o que pode ser feito em favor daquelas famílias despejadas.

Policiais se aproximam dos barracos com maquinários

Os ocupantes do terreno do Marivan, que seria de propriedade de uma construtora, alegam abuso de autoridade e dizem que os militares, quando desencadearam a ação de expulsão em cumprimento à decisão judicial, sequer respeitaram as crianças. Por outro lado, a tenente Belisa França, coordenadora Grupo de Gestão de Crises e Conflitos da Polícia Militar, justificou a ação policial alegando que os policiais teriam reagido a uma resistência ativa dos ocupantes, que teriam ameaçado lançar produtos inflamáveis contra a equipe da PM.

Por Cássia Santana