No dia 5 de maio, foi aberta no Teatro Tobias Barreto, às 20 horas, a sétima edição do Fórum Internacional de Processo Criativo (FPC). O evento tem, ano a ano, buscado a troca e atualização de conteúdos, idéias e métodos para a divulgação e o incentivo de conhecimentos nos mais diversos aspectos, tais como, a criatividade, a inovação, a educação inovadora, os valores humanos, a cidadania, o desenvolvimento sustentável e o empreendedorismo. Cícero Vieira apresentando o monólogo que abriu oficialmente o VII FPC
O VII FPC iniciou-se com o ator Cícero Vieira encenando um monólogo que trabalhava a metáfora dos trapézios como momentos das nossas vidas, durante a qual fazemos escolhas e algumas vezes preferimos permanecer no trapézio no qual nos encontramos, e noutras, decidimos seguir a diante. O texto propunha aos presentes uma reflexão também a cerca do espaço existente entre os ‘trapézios’. Sobre o medo que ele muitas vezes nos provoca e a necessidade de superá-lo, continuando cada um a seguir seu próprio caminho. Enfim, o monólogo convidou a platéia a pensar sobre os desafios da vida e em como encará-los.
Logo em seguida, a mestre de Cerimônia, Suzane Vidal, convidou Fernando Viana, o presidente da Fundação Brasil Criativo, entidade responsável pela realização do evento, para subir ao palco acompanhado da vice-presidente da Cosil, Danusa Silva Menezes, patrocinadora máster do VII FPC. Viana fez questão de destacar o processo de mudanças pelo qual o Fórum passou este ano. “Tínhamos que tomar uma difícil decisão, a de tornar esse evento focado em qualidade e não em quantidade. Isso era fundamental para que estivéssemos aqui mais do que para rirmos e nos divertimos. Mas também para nos enfrentarmos como seres humanos, empresários, professores, filhos, pais. No processo da criatividade primeiro vem a quantidade e depois a qualidade. Acreditamos que vivemos este segundo momento”, disse Viana, que fez questão de agradecer ao público presente, aos patrocinadores e aos palestrantes. Fernando Viana, presidente da Fundação Brasil Criativo
ARTE e REFLEXÃO – Dando seguimento ao evento, Suzane chamou ao palco o ator português Tony Correia. Um velho conhecido do público brasileiro – ele já atuou em várias novelas, mini-séries e filmes brasileiros – Correia propôs aos presentes uma viagem pela História das Grandes Navegações através do espetáculo “Navegar é Preciso… Em Prosa, Verso e Riso”. Misturando diversos elementos tais como o riso, a poesia, a prosa e a música ao vivo
– sim, é isso mesmo -, os maestros Victor Lopes e Cleber Matos acompanham Correia durante todo o espetáculo. Tocando guitarra portuguesa e viola, os dois músicos executam a trilha sonora ali mesmo no palco. Victor Lopes e Cleber Matos
“Decidi aliar a experiência e a sensibilidade do ator, ao conhecimento e pragmatismo adquiridos como executivo de uma grande multinacional, durante 15 anos, em Paris, na França. Meu objetivo é que, através das lições da nossa História, da Poesia e da Música, cada um de nós – trabalhador, estudante ou aposentado – se sinta motivado. Com vontade de sonhar, de empreender, de dar o seu melhor para a realização do seu sonho”, explicou Correia.
Sobre o texto, o ator conta que ele
mesmo o escreveu, mas que para fazê-lo, bebeu nas fontes literárias de grandes nomes da poesia luso-brasileira. “O texto é de minha autoria, mas “subi no ombro de gigantes”, como diria Newton. Os poemas são de Fernando Pessoa, Carlos Drummmond de Andrade, Bandeira, Camões e a História é a dos Descobrimentos que “Novos Mundos ao Mundo deram””, disse. Tony Correia em cena em “Navegar é Preciso…Em Prosa, Verso e Riso”
O espetáculo, que acaba sendo um mito de palestra e teatro, empolgou o público que, a cada chamado de Correia, levantava-se e interagia com o ator. Os presentes “içaram as velas e suspenderam a âncora para a partida da nau rumo a história de seus antepassados”. O texto, que fala sobre os conquistadores da época, usa a poesia como um elemento que ajuda a platéia à “viajar” no tempo e a entrar na Caravela. “Além disso, a poesia toca o essencial”, como declara o próprio Correia.
Sobre a escolha de determinado período histórico, o autor do texto explica que a decisão por usar como contexto as Grandes Navegações deve-se ao fato de esse ser “o período mais rico da História da humanidade e uma grande lição de
modernidade. A Escola de Sagres era a Nasa da época”, descreve o ator. Correia acredita ainda, que o espetáculo tem bastante a contribuir com o proposto pelo Fórum. “‘Estamos todos no mesmo barco, criando e desenvolvendo instrumentos, quebrando paradígmas, vencendo os ventos contrários, estimulando a todos a participar ativamente” declarou. O público cantou e se movimentou a cada novo chamado de Tony Correia
Ao final do espetáculo, Tony Correia se emocionou. Mesmo tendo dito que na grande maioria das apresentações o público tem superado suas expectativas, ele parece não deixar de se surpreender com o fato. Classificando o público sergipano como generoso nas palmas, além de carinhoso e companheiro, Correia se despediu levando consigo mais uma vez reforçada a certeza de que “a arte permite-nos falar de alma para alma. De ter uma melhor compreensão, de interagir e integrar, de compartilhar, de ver mais
além. De ver o invisível”, como ele mesmo descreve o papel da arte no processo de modificação do ser humano. Tony se despediu do público emocionado
O VII Fórum Internacional de Processo Criativo acontece até o dia 8 de maio contendo na sua programação a participação de 22 palestrantes, além de momentos lúdicos e de interação em grupo. Confira mais detalhes sobre os próximos dias da sétima edição do FPC clicando aqui.