LANÇAMENTO 1 Cantora: ROSSANA DECELSO CD: “MANDANDO BALA” Gravadora: INDEPENDENTE Se você é fã do trabalho autoral de Zeca Baleiro, não pode perder este CD de Rossana Decelso que vem a ser a empresária do artista maranhense. Rossana soube se fartar desse acesso ao acervo inédito de Zeca e, gozando também da amizade de diversos artistas, soube trazê-los para que pudessem abrilhantar o seu trabalho. Assim, o CD conta com participações especiais de gente como Verônica Sabino, Fernanda Takai (vocalista da banda Pato Fu), Moska, Rita Ribeiro e Chico César, dentre outros. Zeca comparece em todas as faixas, sem crédito na ficha técnica, para que o ouvinte possa se divertir descobrindo onde ele está e o que toca (ou não) em cada canção. Nos arranjos, colaboraram os músicos Rogério Delayon, Tuco Marcondes, Swami Jr., André Abujamra, Paulo Lepetit, Banda Paralela e o duo Bico de Pena, além de Maurício Pereira, o produtor do CD. Como nunca foi cogitada a possibilidade de levar o disco para o palco, não houve a preocupação em manter uma unidade sonora ou uma formação única de instrumentação. A intimidade de Rossanna com a obra de Zeca é tamanha que ela se deu ao luxo de ir substituindo músicas do repertório do CD à medida que ele ou outros artistas as iam gravando. Este foi o caso, por exemplo, de “Nega Tu Dá no Couro” e de “Brigitte Bardot”, que o próprio Zeca registrou nos seus discos de carreira “Vô Imbolá”, de 1999, e “Líricas”, de 2000, respectivamente. A voz de Rossana é límpida e precisa, daquelas que fazem bem a qualquer ouvinte. E caem feito uma luva para músicas como a belíssima “Canção do Nero”, que abre o CD ligadinha à polifônica “Pendenga”, ou como a cruel e bem-humorada “Zé Mané”. Dentre achados (“Opus Maldito”) e algo próximo do erudito (“Mortemor”), há ainda sobra de trilha de um espetáculo para teatro (“São Jorge Bendito”) e obra menosprezada pela cantora Wanderléa (“Agora”). A doce “Calma e Elegância” tem refrão com forte apelo popular e o samba-de-breque “Belzebu de Saia” é criativo e bem bolado na medida certa. Há, ainda, a vingança amorosa de “Frank Zappa” e a declaração explícita de “Seja Meu Deus”. Mas os melhores momentos deste super bem-vindo CD ficam mesmo com a divertida “Papelão”, a gostosa “Canibal” e a animada “Lamartine Babo”. Para adquiri-lo, somente acessando o site do Zeca (http://www2.uol.com.br/zecabaleiro) e entrando no ícone “lojinha”. Vale a pena! LANÇAMENTO 2 Cantora: DULCE QUENTAL CD: “BELEZA ROUBADA” Gravadora: SONY / COLUMBIA De lá para cá e durante quase quinze anos, mesmo sem gravar mais discos, Dulce continuou sendo solicitada como letrista. Um de seus parceiros mais constantes tem sido o guitarrista Frejat e a dupla teve canções suas gravadas por cantoras como Simone, Ana Carolina, Leila Pinheiro e Daúde, além de por bandas como Barão Vermelho, Cidade Negra e Capital Inicial. A voz pequena mas doce e agradável de Dulce (que, por vezes, lembra bastante a de Paula Toller, vocalista da banda Kid Abelha) está de volta através do CD “Beleza Roubada”, do qual consta uma dúzia de canções inéditas. São aquelas músicas do tipo ‘não-fazem-mal-a-ninguém’, mas que tampouco chegam a empolgar porque, embora tragam algumas boas idéias nas letras, possuem melodias rasas e que, no geral, soam monocórdias. A maioria das faixas contém programação eletrônica, como manda a cartilha da moda, mas nada que agrida o trabalho autoral nem desvirtue a base nascedoura das canções: antes, remetem-nas a um som meio lounge e pós bossa nova, o que parece ser mesmo o objetivo do trabalho. Embora haja duas parcerias com o Frejat de sempre (“No Topo do Mundo” e “Conferências Sobre o Nada”), Dulce tenta abrir o seu leque de parceiros ao mostrar novas composições com Zélia Duncan (a mediana “Capuccino”) e com Moska (“Bordados de Psicodélia” e “Fino e Invisível”, os melhores momentos do CD). A canção “Nova Idade das Trevas” é a cara de Marina Lima e, se por ela gravada, certamente ganharia tintas definitivas. No geral, não deixa de ser um disco bem vindo, depois de tanto tempo de ausência de Dulce no mercado fonográfico enquanto intérprete, mas infelizmente fica a constatação de que o retorno poderia ter sido bem melhor… NOVIDADES Continua fazendo enorme sucesso o programa “Nossa Música”, apresentado pelo competente Neu Fontes e levado ao ar todos os sábados, às 17 horas, pela Liberdade FM. Os melhores artistas da música sergipana vêem suas canções ali executadas, comprovando que você sempre gostou da nossa música, mas não sabia. E ainda tem os bem-humorados e pertinentes comentários de Neu, sempre antenado com o que anda rolando no mundo da cultura do nosso Estado. De lá de Sampa, o inquieto produtor musical sergipano Bruno Montalvão manda novidades: no momento, está à frente da divulgação do trabalho da banda pernambucana de punk-rock “Devotos”. Além dela, Bruno continua produzindo a banda sergipana Lacertae que, em breve, estará lançando oficialmente o seu segundo CD intitulado “A Volta Que O Mundo Deu” aqui em Aracaju. Através de sua firma, a Marginal Produções, Bruno informa ainda que está representando diversos artistas nacionais para o Nordeste, a exemplo de: Nervoso (RJ), Tribo de Jah (MA), Nengo Vieira (BA), Reggae Style (SP), Pexbaa (MG), China (PE) e Sérgio Cassiano (PE). Pé na tábua, garoto! O compositor e cantor português Sérgio Godinho está lançando o CD “O Irmão do Meio”, no qual conta com diversos convidados especiais, entre artistas do Brasil e de Portugal. No time dos brasileiros marcam presença: Caetano Veloso (na faixa “Lisboa que Amanhece”), Milton Nascimento (em “Enfim S.O.S.”), Zeca Baleiro (em “Coro das Velhas”) e Gabriel O Pensador (em “Isto Anda Tudo Ligado”). Gal Costa, recém contratada pela gravadora Trama, entrará em estúdio depois do Carnaval para gravar dois CDs, ambos produzidos por César Camargo Mariano. Um será feito visando ao mercado exterior e virá no estilo piano & voz, com temas do trompetista Chet Baker. O outro terá repertório centrado em canções inéditas que já estão sendo solicitadas a grandes compositores como Caetano Veloso, Djavan e Lenine. A baiana pediu também uma música para o primogênito de Caetano, o seu afilhado Moreno Veloso. Já está nas lojas o DVD intitulado “FOME ZERO – O Brasil que Come Ajudando o Brasil que Tem Fome”, um Projeto levado a cabo pela Universidade Estácio de Sá (RJ), o qual terá todo o lucro resultante das vendas revertido para o Programa Fome Zero do Governo Federal e que foi encampado por diversos artistas de renome que participaram da gravação da canção-tema, de autoria de Roberto Menescal e Abel Silva, tais como: Gilberto Gil, Ithamara Koorax, Zé Ramalho, Leny Andrade, Geraldo Azevedo, Leila Pinheiro, Beto Guedes, Emílio Santiago, Oswaldo Montenegro, Jorge Benjor e outros. Além destes, cederam clips que fazem parte do DVD que sai pela gravadora Som Livre: Chico Buarque, Jorge Vercilo, Léo Gandelman, Orlando Morais, Olívia Hime e Flávio Venturini. Louvável iniciativa! Quaisquer críticas e/ou sugestões serão bem-vindas e poderão ser enviadas para o e-mail: rubens@infonet.com.br.Convivendo diariamente há tempos com Zeca, Rossana (que outrora chegou a ensaiar carreira de cantora em sua terra natal, Minas Gerais) conseguiu garimpar canções que foram deixadas para trás pelo compositor. São músicas que, por um motivo ou outro, nunca foram registradas em nenhum dos CDs de Zeca nem gravadas por nenhum(a) outro(a) intérprete. No encarte, ao lado de cada uma das letras, há o ano em que foram compostas, o que permite que se constate a evolução criativa do cantor de voz grave, autor de vários hits como “Lenha”, “Heavy Metal do Senhor” e “Telegrama”.
Na fase áurea do chamado “rock nacional” que perdurou durante toda a década de 80, uma das bandas que mais tocou nas rádios brasileiras foi, sem sobra de dúvida, a “Sempre Livre”, a qual era formada basicamente por mulheres. À frente da mesma, como vocalista, estava Dulce Quental que se tornou famosa por entoar os versos do mega hit “Eu Sou Free”. Quando saiu da banda, Dulce enveredou por carreira solo e chegou a lançar três discos, alcançando relativo sucesso com as canções “Natureza Humana” e “Caleidoscópio”, esta última de autoria de Herbert Vianna.
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