LANÇAMENTO 1

Cantora: ROBERTA SÁ

CD: “BRASEIRO”

Gravadora: MPB – UNIVERSAL

A potiguar Roberta Sá participou da segunda edição do Programa “Fama” da TV Globo e certamente poucos esperavam que a menina (que se mostrava inicialmente tímida na telinha) se tornasse a responsável por lançar o primoroso CD “Braseiro” que acaba de chegar às lojas.

A surpresa faz-se, então, agradabilíssima: a garota canta muito bem. Com um timbre agudo muito agradável e uma afinação perfeita, a cantora soube valorizar as dez canções escolhidas para fazerem parte do seu primeiro trabalho. A produção precisa de Rodrigo Campello segurou as possíveis arestas que poderiam surgir quando se juntam, num mesmo trabalho, belas canções já enraizadas no inconsciente coletivo (caso de “Pelas Tabelas”, de Chico Buarque, e “A Vizinha do Lado”, de Dorival Caymmi) com inspiradas criações inéditas (como “Casa Pré-Fabricada”, de Marcelo Camelo, e “Olho de Boi”, de Rodrigo Maranhão), além de louváveis resgates a pérolas quase esquecidas (“Eu Sambo Mesmo”, de Janet de Almeida, e “Valsa da Solidão”, suave parceria de Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho).

No álbum, que conta com as participações especiais de Ney Matogrosso no belo samba “Lavoura” (de Teresa Cristina e Pedro Amorim) e do grupo MPB-4 na releitura da lendária “Cicatrizes”, de Miltinho e Paulo César Pinheiro, Roberta soube se cercar de músicos jovens que entendem do riscado e a prova disso é a presença da banda Pedro Luís e a Parede nas duas melhores faixas do CD: a sensacional “No Braseiro” (do próprio Pedro Luís) e a contagiante “Áh, Se Eu Vou!” (de Lula Queiroga).

Trata-se, portanto, de uma estréia bastante feliz que apresenta ao público uma grande cantora, a qual indubitavelmente deverá se firmar, em pouco tempo, como um dos maiores expoentes da nossa música popular brasileira. Um CD realmente imperdível!

LANÇAMENTO 2

Cantora: JANAÍNA AZEVEDO

CD: “LUZ SEM FIM”

Gravadora: INDEPENDENTE

De maneira independente, a cantora Janaína Azevedo está lançando o seu primeiro CD intitulado “Luz Sem Fim”. A maioria das canções é inédita, uma vez que a cantora fez questão de se cercar, no trabalho, de novos compositores, os quais são ainda desconhecidos do grande público.

Entre os destaques estão a bela “Luzes do Oceano” (de Luiz Alfredo Millecco) e as duas regravações presentes entre as quinze faixas: “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, emoldurada por um arranjo com resultado bastante feliz, e “A Noite do Meu Bem”, de Dolores Duran, numa versão mais forte e menos sofrida, ressaltando uma nova dimensão do sentimento feminino.

Janaína, que também é compositora (a melhor das quatro canções de sua autoria é a interessante “Bagdá”), mostra-se uma boa intérprete, de voz límpida e bem colocada. Não se trata de um disco de grandes composições, daquelas músicas que grudam rápido nos ouvintes, mas nem por isso o álbum deixa de ser agradável e gostoso de se ouvir.

NOVIDADES

· A Marginal Produções, capitaneada pelo sergipano Bruno Montalvão e que existe desde 1996, foi fundada com a idéia de agenciar artistas que sempre tiveram poucas oportunidades de inserção no mercado artístico-musical brasileiro. Ousada desde a sua criação, já em 1998 promoveu o primeiro ROCK-SE, além de diversos shows que contaram com a participação de artistas como: Marcelo D2, Planet Hemp, Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Faces do Subúrbio e Racionais MC’s. Em 2004, Bruno partiu primeiramente para o Rio de Janeiro, decidindo-se, este ano, por abrir um escritório em São Paulo. Além de promover a música sergipana, a Marginal Produções, que vem ganhando incontestável força no meio, vem trabalhando atualmente com artistas de Recife (PE), tais como: Devotos (clássico trio de punk rock hard core, existente desde 1988, oriundo da comunidade Alto José do Pinho, periferia da Capital pernambucana, que está preparando para o ano que vem uma turnê internacional), Sérgio Cassiano (vocalista, percussionista e letrista do conhecido grupo Mestre Ambrósio, e que acaba de lançar seu primeiro disco-solo “A Ciência da Festa”, o qual foi indicado ao Prêmio Claro de Música Independente na categoria “Melhor Álbum de MPB”) e Astronautas (banda considerada uma das maiores revelações do rock nacional nos últimos tempos e que se utiliza das mais variadas sonoridades, texturas, efeitos, imagens, timbres e ruídos eletrônicos). Mas é claro que Bruno não deixou de lado os nossos talentos e também continua trabalhando com grupos sergipanos de ponta. É o caso da Reação (típica banda de reggae, formada em 2000 a partir de encontros em rodas de capoeira), da Lacertae (duo que faz música experimental com pitadas de MPB, pós-Jazz e Bossa Nova, e que acaba de lançar o segundo CD intitulado “A Volta Que O Mundo Deu”) e do Plástico Lunar (quinteto de rock lisérgico de Aracaju e que já teve música incluída pela clássica gravadora paulista Baratos Afins na coletânea “Brazilian Peebles Vol. II”). Mas o incansável produtor não fica só nisso: já está agendada a volta do Festival ROCK-SE para julho de 2005. Agora é só aguardar e não deixar de se fazer presente porque a coisa vai pegar fogo!

·                     Enfim, bateu-se o martelo: “Toda Cura Para Todo Mal”, o oitavo CD da ótima banda mineira Pato Fu (que optou por gravá-lo de maneira independente) será distribuído pela multinacional  Sony-BMG. O disco, que deverá estar nas lojas até o final deste mês, tem como carro-chefe a balada “Agridoce”.

·                     Em comemoração aos 60 anos que Gal Costa estará completando em setembro próximo, a Sony-BMG resolveu editar uma caixa com os discos da cantora gravados no período de 1984 a 2001. O melhor de tudo é que constarão inéditas faixas-bônus da maioria deles. Há seis gravações da baiana acompanhada apenas pelo saudoso violão de Raphael Rabello (“Dora”, “O Bem do Mar”, “Estrada Branca”, “Duas Contas”, “Camisa Amarela” e “Cordas de Aço”), dentre outras sobras, tais como: “Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda” (de Lamartine Babo), “Bim Bom” (de João Gilberto), “Ouça a Canção” (parceria de Lulu Santos e Bernardo Vilhena), “Fio de Areia” (de Zé Miguel Wisnik) e “Lá e Cá”(de Lenine). A idéia inicial era viabilizar um CD contendo apenas as faixas inéditas, mas, devido ao lançamento comemorativo da caixa, a gravadora decidiu que as raridades entrarão como bônus.

·                     A arte sergipana quer invadir a Europa. Para isso, os artistas Alex Sant’anna, Márcio André e Patricktor4 resolveram criar o selo “Disco de Barro” que, conjuntamente com o produtor Paulo André Pires, produtor do Festival “Abril Pro Rock”, estão lançando o Projeto “Music From Sergipe Brasil”. Trata-se de um CD do qual farão parte 15 artistas sergipanos, os quais mostrarão as manifestações e as tendências da música tradicional e contemporânea do nosso Estado. O objetivo é que a coletânea fique pronta ainda a tempo de estar presente no Womex – World Music Expo, que se realizará em setembro na Inglaterra. Por isso, aqueles que estiverem interessados em enviar o seu material para análise (CD e release) deverão fazê-lo até o dia 1º de julho junto ao CAM – Centro de Aprendizagem Musical (fone: 3246-2518). Chegou a hora de a música sergipana se tornar conhecida mundo afora, ainda que não seja devidamente reconhecida entre os nossos…

Quaisquer críticas e/ou sugestões serão bem-vindas e poderão ser enviadas para o e-mail: rubens@infonet.com.br