José Luiz, de camisa branca é o vice-presidente do Sinpol (Fotos: Sinpol) |
Na tarde deste domingo, 9, a equipe do Portal Infonet, voltou a conversar com os policiais civis que permanecem em greve no Estado. Após o tumulto das últimas horas onde presos tentaram fugir da 10ª Delegacia Metropolitana, localizada no conjunto Bugio, o clima hoje é de tranquilidade nas delegacias.
A informação é do vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol), José Luiz de Carvalho. Segundo o representante do Sinpol a categoria não pode pagar uma conta que não lhe cabe. “O Governo parcelou o nosso salário, mas ninguém parcela conta de água, energia e nada, pelo contrário quando é depositado o dinheiro quem tem empréstimo tem seu dinheiro é retirado e o servidor fica com fome. Não podemos pagar uma conta que não é nossa”, fala José Luiz que reforça a pauta da categoria.
“Não estamos pedindo aumento salarial ou cargos ao Governo. Nós só queremos que o Governo possa resolver o problema dos policiais que correm risco de vida atuando em uma função que não é nossa. Não somos agentes prisionais para tomar conta de presos. Isso sim é inconstitucional. Temos hoje na 4ª Delegacia um total de 60 presos e apenas dois policiais trabalhando. O que acontece se ocorrer uma rebelião e um policial tiver que atirar em um preso? O policial vai pagar criminalmente e administrativamente. Além disso, tem o risco que a sociedade corre, em caso de fugas. As nossas delegacias estão localizadas em áreas residências”, observa.
Nota do Sindicato |
Sem visitas
“Em virtude da greve e da falta do Governo em atender as reivindicações as visitas permanecem suspensas em todas as delegacias. As visitas estão proibidas. A OAB emitiu nota sobre os direitos dos presos e os nossos direitos? E colocar presos em delegacias para policiais tomar conta não é infligir a Lei”, ressalta o vice-presidente do Sinpol.
Tribunal de Justiça
O vice-presidente também falou da derrubada da liminar e abertura do Complexo Penitenciário Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão. “Parabéns ao Tribunal de Justiça que entendeu que presos não podem ficar em delegacias e derrubou a liminar que proibia de presos serem recebidos no Copemcan. De forma acertada o desembargador Luiz Mendonça tomou essa decisão acertada e vem colaborando sensivelmente com a nossa luta dentro do meio jurídico fazendo o que deve ser feito”, destaca José Luiz de Carvalho.
Ilegalidade
Em nota publicada no site do sindicato a entidade afirma que ‘’existem hoje cerca de 600 indivíduos encarcerados em delegacias, o que representa 20% do total de presos em Sergipe. As celas possuem cerca de 16 metros quadrados e chegam a manter 15 elementos em cada, o que perfaz 1 preso por metro quadrado. É humanamente impossível que eles possam sequer dormir satisfatoriamente, pois para consegui-lo fazem revezamento, ou seja, enquanto metade deita e dorme, a outra metade fica acordada, e assim, sucessivamente”, diz a nota que volta a tratar da ilegalidade de presos em delegacias.
''A verdadeira ilegalidade não está nas suspensões das visitas, mas sim por conta das delegacias de polícia estarem sendo usadas como depósito de presos e, para isto, parece que as autoridades e os ditos defensores dos Direitos Humanos estão cegos, surdos e mudos”, destaca o Sinpol.
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