Ney Matogrosso interpreta Cartola na seresta sábado

No show, Ney vai fazer um mergulho na obra do fundador da Mangueira, cantando músicas como “As Rosas não Falam” e “Basta Clamares Inocência”. O Projeto São Cristóvão Cidade da Seresta acontecerá excepcionalmente no sábado essa semana com o show “Ney Matogrosso interpreta Cartola” e apresentação da artista sergipana Núbia Faro no palco principal da festa, no Largo São Francisco. Antes, tem a passeata dos cancioneiros pelas ruas do Centro Histórico, a partir das 21 horas. O evento é um dos produtos turísticos criados pela Secretaria de Turismo e Emsetur com o objetivo de criar opções noturnas para turistas e sergipanos. São Cristóvão foi escolhida para que fosse agregado o valor histórico ao projeto, de forma que se torna um evento muito nostálgico e atrativo, reunindo boêmios, poetas e o público em geral. No show, Ney Matogrosso vai fazer um mergulho na obra de Cartola cantando músicas como “O Sol Nascerá”, “Basta de Clamares Inocência”, “Acontece”, “O Mundo é um Moinho”, “As Rosas não Falam”, “Senões”, “Desfigurado”, entre outras de seu CD e DVD “Ney Matogrosso interpreta Cartola” (ao vivo) gravado em 2002, quando Ney centrou-se num resumo do cancioneiro fundador da Mangueira. O universo melancólico e sombrio do compositor ganhou novas cores e arranjos, sem contudo desfigurá-lo. Ney reconhece que ninguém canta melhor os sambas de Cartola do que o próprio autor, por isso procurou enfatizar as letras e melodias. O arranjo e a interpretação de Ney mantêm a forte carga de emoção presente na gravação de Cartola, recentemente recuperada na trilha do filme “Cidade de Deus”. Ney foi além de homenagear um grande autor. Fez um recital que, apesar do intimismo, silenciou imensas platéias para ouvi-lo com atenção. Ney aqui não é o caso de intérprete que se pretenda maior do que as canções. Sóbrio e contido, não se sobrepõe à importância delas, mas se permite irreverências, como na depressiva “Não Quero mais Amar a Ninguém”, que ganha novo sentido com um fino toque de ironia. Bastou acrescentar no final a palavra “mentira”. É o arremate de um roteiro preciso, que confirma o exemplar profissionalismo do cantor e o cuidado com cada detalhe de seus espetáculos. HISTÓRICO – Há 30 anos a figura extravagante de Ney Matogrosso, à frente dos Secos & Molhados, entrou em cena com uma carga de sexualidade jamais vista no universo musical masculino. Ousada expressão de liberdade, a atitude chocante na época da ditadura militar incluía uma boa dosagem de deboche e ambigüidade. Sempre imprevisível, Ney se refinou como intérprete e esporadicamente deixa descansar seu lado de performer exuberante e colorido para simplesmente cantar grandes autores. Foi assim com o recital “Pescador de Pérolas”, de 1986, em que pela primeira vez apareceu sem maquiagem e penduricalhos, vestindo terno branco e acompanhado de instrumentistas como Paulo Moura, Raphael Rabello e Arthur Moreira Lima. Foi também a primeira vez que gravou Cartola (“O mundo é um moinho”). O mestre voltou a seu repertório em 1990, quando gravou um álbum de clássicos, “À Flor da Pele”, acompanhado apenas do violão. Por Carla Passos

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