O quadro negro da educação federal

“Hoje nós temos dificuldade para comprar até mesmo um parafuso”. Não deveria ser assim, mas essa é a situação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe (Cefet/SE), antiga Escola Técnica, resumida nas palavras de José Rudival, coordenador Geral da greve. O Centro entrou em paralisação juntamente com o restante dos servidores públicos federais e decidiu, ontem, pela continuidade do movimento.

 

Há muito que se fala sobre a situação do ensino público federal brasileiro. O argumento dos servidores é de que o quadro é negro na maior parte das universidades e centros de educação mantidos pelo Governo Federal, o que tem levado professores e técnicos administrativos a realizarem constantes greves. O prejuízo, segundo eles, é triplo: para os alunos, que perdem preciosos dias letivos e para o próprio Governo, que deixa de se beneficiar com um nível de Educação mais elevado da população.

 

O terceiro deles é para os servidores. Estes já vivem em constante prejuízo, explica Rudival. No caso específico do Cefet/SE, o resultado são laboratórios defasados, refeitório parado e professores que dão aula para o ensino médio tendo que se virar para manterem os cursos de educação superior da entidade. Toda essa explanação é feita pelo próprio coordenador da greve.

 

“O Cefet está sucateado, por exemplo, temos aqui um refeitório que hoje não funciona por falta de recursos federais e de interesse da própria instituição. A grande maioria dos laboratórios não tem material. Temos dificuldade de comprar até mesmo uma chave de fenda, um cadeado, tudo o que você possa direcionar para atendimento”, diz Rudival.

 

REIVINDICAÇÕES – Se não falta giz no Centro, faltam funcionários e recursos. “Estamos paralisados, tanto o Cefet quanto a Uned (Unidade de Ensino Descentralizado de Lagarto) por reivindicações de questões salariais. Estamos unificados à luta dos trabalhadores federais na questão do reajuste de 18%, mas também temos pontos próprios”, diz o coordenador.

 

Ontem, 20, os funcionários do Centro se reuniram em assembléia e decidiram manter a paralisação e exigências como reajuste emergencial de 18% (referentes ao período inflacionário de 2003 a 2004), calendário de recomposição das perdas salariais, paridade entre ativos e aposentados, concurso público e maior repasse de verbas para os Centros Tecnológicos.

 

“O grande problema é que o Governo Federal se preocupou em instalar estabelecimentos de ensino tecnológico pelo Brasil, mas não se preocupou em dotar esses locais com a infra-estrutura necessária”, conclui Rudival.

 

E para tentarem refletir um pouco mais sobre a situação dos Cefets no Brasil, os servidores organizaram uma série de palestras hoje, cujos temas incluem um debate sobre a realidade dos Centros Tecnológicos no país, a importância do servidor para estes centros e exibições de filmes ligados à temática.

 

Por Wilame Amorim Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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