Obras em via pública causam transtorno no Augusto Franco

Os moradores reclamam da poeira e do caos gerados pelas atividades (Fotos: Portal Infonet)

Moradores do Conjunto Augusto Franco estão revoltados com obras da Deso que se arrastam por vários meses e não trazem soluções efetivas à localidade. As obras têm como objetivo resolver os problemas com esgotamento sanitário, mas também trouxeram transtornos para os moradores e comerciantes do local. Desde janeiro desse ano, as equipes da Deso ocuparam as vias principais do Conjunto Augusto Franco, conhecidas como Canal IV e V, mas apesar do tempo, as máquinas continuam no local e nada foi resolvido.

É o que reclama Breno Augusto, morador do bairro há mais de três anos. “É uma obra sem planejamento. Começaram quebrando o asfalto das ruas transversais e desde o carnaval desse ano ocuparam a avenida principal. Aqui na canal IV a situação não é tão crítica porque os comerciantes ficam cobrando solução e a Deso fecha os buracos com pedras, mas as ruas paralelas estão todas abertas”, reclama indignado o morador do conjunto.

Breno Augusto lembra que a obra gera problemas de trânsito. “A rua está toda bloqueada, a Deso poderia ao menos ir colocando asfalto nos lugares que já estão concluídos, mas fica tudo largado e os carros não podem passar por aqui”.

Breno Augusto reclama dos buracos abertos ao longo das ruas do Augusto Franco

Mas os transtornos promovidos pela obra não afetam apenas os moradores da região. Os mais atingidos pela desordem da obra são os comerciantes, que vêm seus estabelecimentos cada vez menos frequentados. “Sou muito prejudicada, é muita poeira e buraco e nenhum cliente vem num salão de beleza para sair sujo. Essa obra tem prejudicado o movimento do meu salão e o que mais me revolta é que nenhuma providência é tomada, a obra segue a cada dia ocupando mais o espaço e já fiquei sabendo que o próximo passo é quebrar as calçadas”, lamenta Maria Elineide dos Santos, proprietária de um salão de beleza que fica em frente à obra.

O caso é também prejudicial para estabelecimentos que comercializam alimentos. Edison Araújo é proprietário de uma loja de laticínios e também tem a frente de seu comércio tomada por areia e máquinas. “Tenho muitos clientes que trabalham na região e quando estão voltando para casa param aqui e compram queijo e manteiga, mas faz sete meses que perdi essa clientela, pois os carros não têm como parar”, afirma Edison Araújo. O comerciante reclama também que além de não fazer o recapeamento da rua, a Deso abandona os buracos abertos. “A verdade é que essas crateras ficam abertas por 30 até mesmo 40 dias”.

Prazo de término

Segundo a Deso, o objetivo da obra é promover saúde pública

A Deso foi procurada pelo Portal Infonet e informou que o objetivo da obra é promover a saúde pública. A assessoria de comunicação do órgão diz que existe uma dificuldade técnica que é o motivo da demora na conclusão do projeto. “A obra é de difícil execução devido ao lençol freático, muito intenso. Estamos usando no local 3 bombas de rebaixamento, quando na maioria das obras, usa-se apenas 1 bomba”, explica a assessoria em nota.

Segundo a empresa, o serviço já possui prazo de finalização e ao término dos trabalhos, haverá reconstrução do asfalto da rua, mas não foi comentada a possibilidade de aumento do prazo de conclusão da obra. “Faltam apenas 30 metros de rede de esgoto sanitário, que tem como previsão mais 90 dias de obras com a finalização da rede e a reconstrução imediata do asfalto”, explicou a nota da assessoria.

No que se refere às calçadas quebradas, motivo de reclamação por parte de comerciantes do bairro, a Deso explicou a necessidade da ação e tranqüilizou os moradores que estão sentindo os prejuízos. “As calçadas serão quebradas para implantação de caixas de passagem (caixa de esgoto) em todas as casas do conjunto. Os moradores não terão prejuízo, pois a DESO é responsável pelos reparos na quebra das calçadas”, tranquiliza o órgão.

Por Caio Guimarães e Raquel Almeida