Óleo: pescadores de Brejo Grande ainda não receberam benefícios

Ceiça Gonçalves lamenta os prejuízos que os pescadores da região continuam sofrendo (Foto: Joel Luiz/Assessoria do evento)

Os 2.901 pescadores cadastrados na Colônia do Município de Brejo Grande, afetados pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste, ainda não receberam o benefício prometido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O óleo atingiu o rio São Francisco e a comunidade ribeirinha também sofreu as consequências. Em outubro do ano passado, o secretário do Mapa, Jorge Seif Júnior, anunciou que uma parcela do benefício, concedido pelo Governo Federal, deveria ser liberada no mês de novembro.

Nesta quinta-feira, 16, os pescadores de Brejo Grande realizaram uma reunião ampla e revelaram que nenhum deles recebeu qualquer recurso do Governo Federal. “A situação está caótica, precária e o povo passando dificuldade”, resumiu a pescadora Ceiça Gonçalves, presidente da Colônia de Pescadores. “O benefício foi prometido, mas até agora ninguém recebeu”, complementou.

Segundo a presidente, o único benefício concedido até o momento está relacionado ao seguro-defeso da piracema. “Que já acaba agora”, diz a presidente da Colônia de Pescadores. E a situação continua ruim para os pescadores. O pouco que conseguiram produzir, não está sendo comercializado. “Por que os clientes não compram. Eles dizem que está contaminado pelo óleo”, relata.

MPF

Segundo a Colônia de Pescadores, àquela reunião estava prevista a participação de uma antropóloga que teria sido encaminhada a Brejo Grande pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo a presidente da Colônia de Pescadores, ela conversaria com o grupo para conhecer a realidade dos pescadores da região após o derramamento do óleo. “Ela chegou aqui, mas quando viu a multidão não desceu do carro e nem abriu os vidros para dizer um oi ao pessoal”, reclama a presidente da Colônia de Pescadores. A diretoria da Colônia, segundo Ceiça Gonçalves, protocolará uma reclamação no MPF contra a antropóloga.

Em nota, o MPF informou que está realizando uma perícia técnica antropológica sobre o derramamento de óleo no litoral de Sergipe e assegurou que a visita técnica antropológica programada para o município de Brejo Grande foi realizada diretamente nas comunidades afetadas nos povoados de Carapitanga, Porto do Miguel e Saramem.

O trabalho, segundo a assessoria de imprensa do MPF, não se caracteriza por palestras nem por eventos de grande porte, mas por entrevistas individuais e visitas aos pontos de pesca, como efetivamente ocorreu em Brejo Grande nesta quinta-feira, 16.

por Cassia Santana

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