Operação Gabarito: SSP ainda aguarda documentos da PB

Criminosos usavam pontos eletrônicos para repassar o gabarito aos candidatos (Fotos: Polícia Civil da Paraíba)

A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) ainda não iniciou em âmbito local as investigações referentes à Operação Gabarito – desencadeada na Paraíba para desarticular um grupo responsável por fraudes em concursos públicos em todo país.

Por meio de nota, a SSP/SE disse o inquérito para investigar as fraudes em Sergipe ainda não foi instaurado porque a Polícia Civil ainda está aguardando o envio dos documentos (cópia dos autos da investigação) por parte da Polícia Civil da Paraíba.

O delegado Lucas Sá, da Paraíba, informou que mandou alguns relatórios, mas que o material completo não foi enviado a Sergipe porque a Polícia Civil Paraibana só terminou as análises na última semana. Ele explicou também que devido ao tamanho da documentação, que teria mais de 20 gb de informações com aproximadamente 1500 arquivos digitais, o envio eletrônico ficaria impossibilitado, restando a opção de encaminhamento via Correios.

Ainda de acordo com Lucas Sá, as Polícias Civis de Pernambuco, Rio Grande Norte e Distrito Federal já estão com o material porque foram pessoalmente buscá-los na Paraíba. Sergipe e Alagoas devem receber a documentação em breve, já que a previsão de envio via Correios é para a terça-feira, 21. 

Operação

Professores se passavam por candidatos e após sair da sala, usavam os pontos para passar o gabarito aos demais 

A Operação Gabarito teve quatro fases. A Polícia Civil paraibana constatou fraudes em concursos de vários estados, inclusive em Sergipe, especificamente no do certame da Polícia Civil e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE). Na época, Luiz Paulo Silva dos Santos foi preso acusado de fraudar um dos concursos em Sergipe. Ele havia feito o curso de treinamento e aguardava apenas a nomeação para o cargo de Policial Civil. Também foram presos Vicente Fabrício Nascimento Borges e Kamilla Marcelino Crisostomo Silva sob suspeita de fraude nos concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE) de 2015.

De acordo com a Polícia Civil da Paraíba, Luiz Paulo, que foi aprovado para o cargo de agente da polícia civil de Sergipe e também para delegado em Pernambuco está preso desde maio. A Polícia Civil paraibana explicou ainda que houve a comprovação da atuação de Vicente Fabrício Nascimento Borges e Kamilla Marcelino Crisostomo Silva  no concurso do TRE, mas as investigações ainda não foram aprofundadas.

A quadrilha usava equipamentos eletrônicos para passar o gabarito da prova aos candidatos. Professores que se passavam por candidatos e ao sair da prova, repassavam as respostas para aqueles que estavam dentro da sala. A quadrilha cobrava de cada candidato a quantia correspondente a 10x o salário inicial do cargo pretendido, totalizando um repasse à organização criminosa que variava de R$ 30 mil a R$ 150 mil. As investigações constaram que pelo menos 70 concursos em todo o país sofreram fraude por parte destes criminosos. 

Por Verlane Estácio

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