Já fazem três meses que Dona Maria Custódia, 61, está com fortes tosses e “colocando sangue pela boca”. Na tarde desta quinta-feira, 26, ela decidiu ir ao Centro de Especialidades Médicas (Cemar) no Augusto Franco para ser atendida por um infectologista. Mas tanto ele quanto médicos de outras especialidades (dermatologistas, oftalmologistas, cardiologista entre outros) estão em greve desde o dia 9.
“As tosses são contínuas, já os resfriados são em períodos distintos. Não sei como será daqui para frente. Não estou tomando nenhum tipo de remédio por medo de prejudicar ainda mais. O que resta é esperar por Deus”, lamenta a dona de casa. Um pequeno detalhe apavorou ainda mais Dona Maria. Ela foi ao Cemar errado. “A enfermeira disse que é para ir ao do Siqueira Campos. Terei que ir amanhã sem erro”. 
Maria Custódia
Em igual situação, mas com data marcada para o dia 20 de setembro, a jovem Ruthe Novais, 12, procurou também na tarde desta quinta um oftalmologista para solucionar os seus longos seis meses de alergia que resultou em algumas implicações na visão.
“A médica disse que era para eu vir ao oftalmologista para ver se a visão está alterada por causa da alergia”, comenta. “Mas como o médico decidiu pela greve, e não sabemos se no dia marcado para a consulta eles já está de volta, é esperar né?”, diz a mãe de Ruthe.
De acordo com a Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Médicos (Sindimed) os médicos decidiram que somente retornariam se o prefeito Edvaldo Nogueira abrir a folha de pagamentos, o que comprovaria que realmente a prefeitura não pode quebrar o teto salarial, sob pena de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Caso fique provado a impossibilidade de atender a reivindicação da categoria, eles voltariam a trabalhar com carga horário reduzida.
