Pai busca explicação para morte de filho

Carlos mudou a rotina para buscar Justiça (Foto: Portal Infonet)
Há um ano o autônomo Carlos Roberto Barros Melo enfrenta a dor de não poder enterrar o filho que desapareceu misteriosamente. Rodrigo teria sido vítima de homicídio e o corpo ocultado. O drama da família Barros Melo foi mostrado em reportagem do Portal Infonet em abril deste ano.

O pai que mudou a rotina para cobrar Justiça para a morte do filho, conta que o caçula tinha sonhos, era um homem trabalhador e que foi assassinado friamente sem que tivesse o direito de se defender de uma acusação por que foi inocentado dias após a morte.

Rodrigo Fonseca de Melo, que completaria 30 anos em maio, desapareceu após sair do trabalho e supostamente ser abordado por três homens que o espancaram e colocaram-no em um veículo que seria de propriedade de um policial militar, identificado como Joseildo de Oliveira Santos. De acordo com o inquérito conduzido pelo delegado André Baronto, o militar juntamente com seu irmão, Josenilson de Oliveira Santos, decidiram se vingar de um suposto abuso sexual contra a sobrinha do policial.

Para o pai do jovem não resta dúvida de que Rodrigo foi sequestrado e assassinado friamente por

Rodrigo desapareceu em outubro de 2009 (Foto: Portal Infonet)

uma vingança sem nenhuma comprovação. “Por um suposto abuso sexual, o cidadão sequestra, espanca e oculta o corpo. Que desequilíbrio! Mesmo assim ainda é policial militar”, lamenta Carlos Roberto.

Quase cinco meses após a prisão dos principais suspeitos, Josenilson de Oliveira Santos e Joseildo de Oliveira Santos foram colocados em liberdade. A falta de um exame de DNA que comprovasse que o sangue encontrado dentro do veículo dos presos era o de Rodrigo pode ter auxiliado na soltura dos irmãos.  

Dificuldades

Aos 60 anos, Carlos Roberto, que trabalhava com vendas de consórcios de motos, não é aposentado. Sem renda fixa, Carlos abandonou o emprego para fazer uma investigação silenciosa sobre a morte do filho. “Deixei o trabalho no dia 2 de outubro de 2009 para buscar uma explicação para a morte do meu filho. Não existe um dia que não vá a algum órgão como promotoria pública,

Família afirma que o jovem foi espancado e assassinado  (Foto: Arquivo Pessoal)
fóruns e IML. Fiz várias viagens para hospitais da Bahia buscando pistas de pessoas que ligavam e diziam que tinha encontrado alguém com as características do meu filho”, relatao pai, que passou ter problemas para dormir após a peregrinação ao Instituto Médico Legal (IML).

“Deixei de ir diariamente ao IML porque não estava conseguindo dormir vendo imagens de corpos”, lembra.

IML

O exame de DNA do sangue encontrado no carpete do veículo dos suspeitos é a prova que Carlos aguarda para ter certeza que seu filho foi torturado e morto. De acordo com o coordenador de perícias do IML, Adelino Lisboa, atualmente o exame é realizado em Salvador e na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Adelino explica que por falta de um laboratório específico na capital os exames são encaminhados para outros estados, mas antecipa que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) está construindo um laboratório de Toxicologia em Sergipe.

“O secretário aproveitou o IML em reforma para fazer uma ampliação no laboratório de Toxilogia, que tem previsão de ser inaugurado ainda este ano. Só que também não temos em Sergipe um Laboratório de Educação Humana e por isso fazemos esses exames mediante convênio com o Estado da Bahia. Nesse convênio, o Estado entra com o kit de identificação e o técnico, que acompanha os exames. A demanda é maior do que o kit oferece, que são apenas oito exames por ano”, esclarece.  

“Partindo do exame de DNA, podemos ter uma prova contundente para a veracidade de que Rodrigo foi espancado dentro do veículo e o corpo ocultado em lugar incerto”, afirma Carlos.

Por Kátia Susanna

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