“Paladino da fé e da esperança”, por Antonio Conde Dias

No panorama internacional avulta a obra religiosa, social e diplomática do Papa João Paulo II, de maneira a credenciá-la ao reconhecimento, a estima e ao apreço de todos os povos da terra, crentes ou não. Todos lhe admiram e proclamam a luta constante e afanosa em prol da causa do Evangelho, da Justiça e da Paz.

Desde que, nos idos de 1978, assumiu a chefia suprema da Igreja Católica, tornando-se o primeiro Papa não italiano em 455 anos, vem o Sumo Pontífice realizando visitas apostólicas às diferentes regiões do mundo a fim de estabelecer contatos pessoais com líderes eclesiásticos e civis com vistas a conseguir o entendimento entre os homens, a amizade recíproca entre nações, por uma sociedade justa, fraterna e solidária em todas as partes do mundo.

Em suas constantes e proveitosas andanças pelos caminhos da terra, como mensageiro da fé e como peregrino da paz, levou João Paulo II aos cristãos e aos homens de boa vontade uma mensagem evangélica inspirada no mais alto sentido ecumênico enquanto procurou estabelecer o diálogo como eficiente forma de comunicação franca e sincera entre os povos de todas as nacionalidades e línguas. Assim é que já esteve em inúmeros países, a Polônia, Estados Unidos, Brasil, Alemanha, França, Portugal, Inglaterra, Espanha, Áustria, Japão, Colômbia, Turquia, México, Filipinas, Irlanda, Costa Rica, Nicarágua, Venezuela, entre outros.

Durante seu fecundo pontificado, já ele escreveu várias e importantes encíclicas, documentos reveladores de grau de cultura de que é dotado e atestados de seu grande interesse por todos os problemas que dizem respeito à Igreja e aos fiéis. Essas encíclicas vêm alcançando franca receptividade entre os católicos.

Temos a lamentar, contudo, que certos estadistas e diplomatas vêm fazendo ouvidos moucos às advertências paternais do Papa, engolfados como sempre vivem na mística da força, do dinheiro, do poder autoritário. E como conseqüência de seu orgulho desmedido e de sua vaidade delirante aliados a objetivos bélicos, crescem a cada dia as divergências entre as nações, ampliam-se áreas de conflitos entre elas, torna-se cada vez mais nítida a perspectiva de uma nova guerra mundial cujos efeitos só poderão ser fatalmente desastrosos a toda a humanidade, já cansada de lutar, de sofrer, de esperar dias melhores, mais felizes e promissores.

Porque possui súditos espirituais espalhados pelo mundo inteiro, cidadãos que amam a Deus e à terra de seu nascimento, interessa-se o Papa pela felicidade, pelo progresso, pela paz e pelo bem estar de todos os homens, deseja que todos eles se unam e fraternizem em torno de soluções altas e de fórmulas conciliatórias, sem distinção de credos, de ideologias e de nacionalidades.

A palavra de João Paulo II merece ser ouvida e acatada pelos que aspiram uma sociedade justa, solidária e participativa, na qual as ligações e os exemplos de Cristo se façam sempre presentes como normas orientativas de vida e rumos norteadores de apostolado.

* Antonio Conde Dias, jornalista católico, faleceu em 30 de janeiro de 1992. Escreveu em diversos jornais e revistas sergipanas e brasileiras. O presente artigo foi publicado no Jornal da Manhã, hoje Correio de Sergipe, em 20 de março de 1988.

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