Para esclarecer sobre o funcionamento da usina nuclear que deverá ser implantada em Sergipe, o Diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear em Angra dos Reis (RJ), Pedro Diniz de Figueiredo, esteve hoje, 13, pela manhã em Aracaju participando do Café com Negócios promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), no Delmar Hotel. Na presença de empresários sergipanos, do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Jorge Santana e do deputado federal Albano Franco, o palestrante apresentou dados comparativos da produção energética em diversos países, dados técnicos da implantação da usina e o resultado do desenvolvimento proporcionado pela sua instalação. Com relação aos impactos ambientais trazidos pelo lixo nuclear, Pedro Diniz de Figueiredo, exemplificou o tratamento dado aos rejeitos nucleares em Angra I e II. Ele explicou que grandes depósitos com milhares de tambores devidamente empilhados guardam há 25 anos todo o lixo nuclear produzido nas usinas, inclusive todo o material utilizado na produção como máscaras, luvas e macacões. Diniz apresentou também pontos favoráveis e contrários à instalação da usina nuclear. Como favorável ele apontou o item de fixação de tecnologia, a utilização de combustível de baixo custo, o desenvolvimento intelectual com o aumento de mestres e doutores, proporcionado pela realização de pesquisas na área, e a complementação hidráulica. Protesto Ironicamente questionavam sobre o depósito do lixo nuclear, e de possíveis acidentes como o caso Xernobil. “E o lixo nuclear? Onde vão colocar? No seu quintal?”, gritavam os manifestantes. O que é uma usina nuclear? Uma Central Nuclear ou Usina Nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir eletricidade a partir de energia nuclear, que se caracteriza pelo uso de materiais radioativos que através de uma reação nuclear produzem calor. Este calor é empregado por um ciclo termodinâmico convencional para mover um alternador e produzir energia elétrica. As centrais nucleares apresentam um ou mais reatores, que são compartimentos impermeáveis à radiação, em cujo interior estão colocados barras ou outras configurações geométricas de minerais com algum elemento radioativo (em geral o urânio). No processo de decomposição radioativa, se estabelece uma reação em cadeia que é sustentada e moderada mediante o uso de elementos auxiliares, dependendo do tipo de tecnologia empregada. As instalações nucleares são construções muito complexas devido as diversas tecnologias industriais empregadas, e devido ao elevado grau de segurança que é adotado. As reações nucleares, por suas características, são altamente perigosas. A perda do controle durante o processo pode elevar a temperatura a um valor que leve a fusão do reator, e/ou ocorrer vazamento de radiações nocivas para o exterior, comprometendo a saúde dos seres vivos. A energia nuclear além de produzir uma grande quantidade de energia elétrica também produz resíduos nucleares que devem ser isolados em depósitos impermeáveis durante longo tempo. Por outro lado, os reatores das centrais nucleares não produzem gases tóxicos, que é a característica da combustão dos combustíveis fósseis. (Fonte: Wikipédia)
Segundo o presidente da Acese, Lauro Vasconcelos, a carência energética na região Nordeste é um fato. E uma das alternativas para suprir essa necessidade é a energia nuclear. Ele acredita na segurança desenvolvida atualmente pelas usinas e diz que falta à sociedade esclarecimento. “A palestra é justamente para conhecermos os prós e contras dessa instalação para não darmos opiniões sem saber do que se trata. É uma palestra ilustrativa para se conhecer com detalhes o processo”, afirma. Lauro Vasconcelos – presidente Acese
Ele lembrou que os efeitos causados pela produção de energia nuclear só são possíveis de serem analisados muitos anos depois. “O ideal é armazenar em construções seguras para 300 anos depois se analisar os rejeitos”, explica. Pedro Diniz de Figueiredo -Eletronuclear
Uma das dificuldades apontadas por ele, quando o assunto é enérgia nuclear, foi no que diz respeito à aceitação da sociedade, e lembrou que é preciso manter um espaço aberto para discussões e esclarecimentos. Citou ainda que houve rejeição da população para implantação da usina em Angra, mas que hoje a aceitação é unânime.
Na porta do hotel onde acontecia a palestra, um grupo de manifestantes se identificando como representantes do povo sergipano protestou com sacos de lixo, cartazes e gritos contrários à implantação da usina em Sergipe.
Segundo o universitário, Otávio Augusto, a solução não está na produção de energia nuclear. “A solução não é a energia nuclear. A gente tem potencial de energia eólica, das marés, biomassas e produção de hidrogênio, juntas tem sim como superar”, reclama.
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