Paraíso construído em área de preservação ambiental

Casas de veraneio construídas em área de preservação(Foto: Portal Infonet)
Em Canindé do São Francisco, construções continuam erguidas em área de preservação permanente a margem do rio São Francisco. Há pouco mais de um ano do recebimento das autuações por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), pouca coisa foi mudada.

A equipe de reportagem do Portal Infonet esteve no município e constatou que algumas das casas autuadas em novembro do ano passado continuam no local. O Diretor do Ibama, Manoel Rezende, informou no último mês ao Portal que fiscalizações estão sendo feitas e barracos e casas estão sendo derrubados.

Derrubadas

Casas na beira do rio e entre a vegetação local(Foto: Portal Infonet)
Já os moradores do município, que preferem não se identificar, afirmam que apenas barracos que estavam sendo construídos, no início deste ano foram derrubados. “As casas continuam na beira do rio porque os donos são pessoas influentes e têm dinheiro para se manter no local”, denuncia um dos moradores que teve o barraco destruído.

Ainda de acordo com morador o Ibama tem atuado no município de maneira truculenta. “Eles chegam aqui e não querem nem conversa, vão entregando umas multas e derrubando nossos barracos. Tem gente aqui que mal tem o que comer e recebeu uma multa de R$ 5 mil, por que estava construindo um barraco perto do rio”, acrescenta.

Um verdadeiro paraíso na margem do rio(Foto: Portal Infonet)
A equipe de reportagem também constatou que os motivos para a retirada de algumas casas e/ou barracos não estão muito claros para os moradores. “Já soubemos que esses barracos estão sendo derrubados porque querem construir um hotel de luxo no local. As pessoas também falam que é gente da prefeitura que está mandando derrubar só os barracos. Ninguém quer falar porque tem medo de perseguição”, revela outro morador.

Paraíso

Segundo um lavrador da região, um dos proprietários de um verdadeiro paraíso às margens do rio é um empresário de Aracaju. “Ele fez o comércio não foi perto do rio não, fez foi dentro. É uma espécie de bar flutuante que é lotado de gente durante os finais de semana. Será que esse povo também não está destruindo o meio ambiente?”, questiona.

Moradores chegam de helicóptero(Foto: Portal Infonet
Ainda de acordo com o ele, um político também é dono de uma propriedade na região. “Ele chega aqui é de helicóptero e os empregados vão buscar de carro. A chácara é coisa de cinema e fica na beira do rio. Agora eu pergunto: será que essas casas também serão derrubadas?”.

O lavrador ainda chamou a atenção em relação para construções que existem do lado alagoano do rio. “Eu fico aqui pensando que se caso as autoridades de Sergipe derrubarem todas as casas do lado de cá, coisa que é difícil de acontecer. Será que do outro lado do rio, lá em Piranhas (AL), as autoridades vão derrubar também? Do outro lado, o dono de uma mansão na beira do rio é um desembargador de Alagoas. O rio é o mesmo. É apenas uma questão de divisão de territórios”, salienta.

Pescadores

Moradora diz que recebeu notificação há um ano(Foto:Portal Infonet)
Já em uma localidade onde a maioria dos moradores são pescadores o clima de tensão toma conta da população. “Toda vez que os homens do Ibama param o carro aqui na rua, já ficamos apreensivos, porque no final de 2009 todos nós recebemos umas notificações, mas como depois tudo se acalmou, continuamos construindo nossas casas”, relata a vendedora de geladinhos Sônia Barreto Correia.

Para a vendedora existe uma injustiça por parte das autoridades. “Podem olhar a situação das casas aqui. As pessoas não têm condições mesmo. São pescadores, são pessoas que passam dificuldades. Mas basta um passeio de barco por dentro do rio para perceber a quantidade de casas boas que existem aí, com saída de lancha e barco para dentro do rio e tudo”, relata Sônia.

Orla é construída ás margens do rio, em frente a Hidrelétrica(Foto: Portal Infonet)
Mesmo preocupados com a presença do Ibama no local, os moradores da região não acreditam que as casas sejam derrubadas. “São tantos comentários na cidade que a gente não tem certeza de mais nada. Mas acredito que eles não vão colocar a gente no meio da rua assim. Construímos essas casas com muito esforço e não temos para onde ir”, ressalta a vendedora de geladinhos.

Ibama

Em entrevista ao Portal Infonet o coordenador do Ibama, Manoel Resende, ainda explicou que existem casas irregulares com famílias residindo e que o Ibama deverá pedir auxílio do Ministério Público para que as pessoas sejam retiradas da melhor maneira possível.

Ainda segundo o superintendente os principais motivos para a retirada das casas são controlar a ocupação desordenada da área e evitar contaminação. Emanuel Rezende ainda pontuou que a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) também deverá ser acionada, já que algumas áreas pertencem à Chesf.

Por Alcione Martins

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