A manhã de passagens de ônibus gratuitas hoje, 26, satisfez a população que queria justiça com relação ao valor da tarifa R4 1,65 perdido na sexta-feira, 26. Os ônibus estão liberando a entrada dos passageiros pelas portas dos fundos, e os terminais estão de portas abertas para os usuários. A gratuidade do transporte até as 13h foi determinada na sexta-feira pelo Ministério Público, em resposta à paralisação de protesto dos rodoviários.
A dona de casa Marlene dos Santos julgou a ação de hoje necessária. “É uma resposta pelo que eles fizeram. Garanto que eles não fazem mais paralisação sem avisar nada pra gente”, disse Marlene. “Acho só que eles deveriam abrir as portas da frente também”, completa a funcionária pública Acleir dos Santos.
Nos terminais os desavisados se surpreendiam com a notícia de que hoje o transporte era gratuito, e algumas pessoas ainda insistiam em pagar a passagem. “Foi louvável, por que compensou a população do acontecido na semana passada”, diz o técnico Servando Emídio. “Espero que sempre que haja fatos assim o poder público se manifeste dessa forma”, concluiu. O técnico Servando Emídio
Rodoviários x Sintra
Um dos articuladores das manifestações dos rodoviários na sexta, Adriano Pereira, ressalta que a gratuidade de hoje não é ‘bondade’ da Setransp. “Foi uma decisão do Ministério Público, através da procuradora Euza Missano, na reunião que tivemos”, diz. Hoje os rodoviários estão movendo uma ação contra o acordo realizado entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Aracaju (Sintra), João Batista, e o diretor da Sentransp José Carlos Amâncio. Terminal fica lotado no centro da cidade
O acordo, feito antes da paralisação da sexta, dava 1,5% de reajuste no salário dos rodoviários, quando o reivindicado pela classe era 12%. Segundo Adriano, a decisão foi tomada sem a realização de uma assembléia da categoria, o que é ilegal segundo o estatuto do Sintra. A classe reclama que o salário está defasado, sendo de R$ 510 para cobradores e R$916 para motoristas.
Isso motivou o rompimento da classe com o sindicato, e a formação de uma dissidência, organizadora da paralisação. “A manifestação da sexta não foi ilegal, como alguns querem afirmar. Demos o aviso à SMTT, e estávamos no nosso direito”, diz Adriano. Se não houver o rompimento do acordo salarial realizado por João Batista, os manifestantes ameaçam realizar uma greve. Adriano Pereira, um dos articuladores dos Rodoviários
Nessa quarta-feira, 28, os rodoviários realizarão uma assembléia no Senat, às 19h, para decidir os rumos das manifestações e discutir as novas ações.
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