Pesquisa produz um diagnóstico do ensino público de Sergipe

Escola Estadual Manoel Reinaldo, em    Japoatã
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (Sintese) divulgou hoje, 26, o Perfil das Escolas de Sergipe 2006, um estudo coordenado pelo sindicato para avaliar os vários aspectos da situação da educação pública em todo o Estado. Segundo a pesquisa, 94,2% das escolas da rede municipal e 70,3% da rede estadual não tem biblioteca, citando este como um dos pontos alarmantes encontrados. O estudo foi feito durante todo o primeiro semestre desse ano e no início do segundo semestre.

 

A pesquisa foi feita em 747 escolas de todo o Estado, sendo 206 estaduais e 541 das redes municipais. Os dados coletados apontam que 52,6% das escolas não possui projeto político pedagógico aplicado. Nessas escolas o projeto foi substituído pelos Pacotes Educacionais, lançados pelo Governo do Estado e por Ong”s. “Esses pacotes tiram a autonomia dos professores dentro da sala de aula, tanto para determinar o conteúdo, quanto para avaliar os seus alunos”, explica o presidente do Sintese, Joel Almeida.

 

Joel Almeida durante a apresentação do Perfil
A estrutura física foi um dos pontos avaliados dentro das escolas. Nas escolas municipais 46% precisam de reforma, 34,9% precisam de ampliação e 47,5% de manutenção. Nas escolas estaduais a situação não é tão diferente, tendo 46,6% das escolas precisando de reforma, 34,9% de ampliação e 47,5% de manutenção.

 

No aspecto da alimentação dos alunos a pesquisa mostra que 11% das escolas municipais e 15% das estaduais passam mais de 2 meses sem merenda. Somente 17% das estaduais e 45% das municipais têm sua alimentação acompanhada por nutricionistas. “Falta planejamento nessas escolas, muitas não sabem nem a quantidade de comida necessária para os alunos”, comenta o presidente do Sintese.

 

Essa “falta de planejamento” também pode ser vista no orçamento das escolas, onde 52,5% não têm seu orçamento discutido coletivamente, e 47,6% não fazem prestação de contas com a sociedade. Somente 64,3% responderam a essa questão. 

 

Escola Estadual Ines Nascimento Rocha, em Frei Paulo
Todas as informações folham colhidas por afiliados do Sintese junto aos diretores de escolas públicas. “Nós sabemos que alguns dados foram omitidos, até por causa da forma autoritária como é feita as escolhas dos dirigentes das escolas”, falou Joel Almeida Santos, se referindo ao fato dos diretores das escolas serem indicados pelos prefeitos municipais ou pela secretaria de Educação. 

 

Esse é o 4º Perfil feito pelo sindicato, que não o realizou ano passado. As próximas ações são mostrar os resultados da pesquisa à sociedade e aos órgãos públicos para cobrar fiscalização. O documento já foi solicitado pelo MEC e há plano de enviá-lo a UNESCO.

 

Confira abaixo o Perfil das Escolas de Sergipe 2006:

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