Funcionários da empresa pública Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras) de Sergipe se mobilizaram na manhã desta sexta-feira, 20, em frente à sede da empresa localizada na rua Acre, em Aracaju, e levantaram a possibilidade de uma grande greve nacional dos petroleiros. O ato faz parte de uma agenda de mobilizações propostas pelos sindicalistas para tentar evitar o fechamento da sede da empresa em Aracaju e pelo retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen).
A diretora do Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e de Alagoas (Sindipetro), Gilvani Santos, afirma que existe uma forte tendência de uma greve nacional formatada, principalmente, pelos trabalhadores da Petrobras no Nordeste. “Estamos na iminência de uma greve nacional dos petroleiros. Ontem houve uma discussão, na quarta-feira haverá reunião das federações, e até o fim da próxima semana deve sair o indicativo de greve da categoria.”, explica.
Conforme a diretora, o ato desta sexta representa uma tentativa de conscientização da população acerca do processo de privatizações e de fechamento de sedes da Petrobras. “O ato vem denunciar a entrega da soberania nacional a partir das 17 estatais que estão sendo vendidas a preço de banana, dentre elas os Correios, a Petrobras e a Eletrobras. Buscamos nos comunicar e formar uma luta unificada dos trabalhadores do estado de Sergipe, porque o desmonte da Petrobras significa uma perda dos empregos dos trabalhadores, como também na participação do comércio, dos recursos e do PIB que são movimentados em torno da estatal.”, ressalta Gilvani.
A petroleira Denise Dantas faz parte da lista de trabalhadores que já foram comunicados da transferência para outros estados. Ela comentou com o Portal Infonet o sentimento vivenciado por si e pelos colegas. “Vejo com muita tristeza, porque já venho do fechamento da Fafen. Passei por um momento de instabilidade que durou mais de um ano em que estávamos sem saber se ia fechar ou se não ia. Por sorte fui transferida para cá [Sede da Rua Acre] no dia 1º de novembro, mas mal cheguei e já me avisaram que terei que ir para Vitória [Espírito Santo]. Tenho colegas que choram todos os dias porque não têm condições de levar seus familiares, sem contar na situação do nosso estado a partir do desemprego que vai se instaurar. Aparentemente tenho a garantia de que terei meu emprego lá, mas não sei até quando”, lamenta.
Petrobras
A Petrobras emitiu nota em resposta à publicação do Portal Infonet informando que a estatal avalia oportunidades de redução de custos em todos os seus processos e atividades, incluindo a ocupação predial. Segundo a empresa, esse movimento não é pontual em uma região específica; ele é contínuo e faz parte de uma gestão responsável dos recursos. “Esse ano, por exemplo, já foi desocupado o Edisp, em São Paulo, contratadas novas instalações e realocadas algumas equipes, gerando uma economia anual de cerca de R$ 20 milhões para a companhia. A mobilidade de pessoas entre prédios ou mesmo entre diferentes unidades ou áreas de atuação é natural nas empresas.”, explica a empresa.
Em relação à Fafen, a Petrobras esclareceu que: “a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen-SE) está hibernando. A companhia reforça que, no dia 25/07/2019, foi proferida decisão judicial reconsiderando a liminar que impedia a hibernação da Fafen-SE.”
por Daniel Rezende
*A matéria foi alterada às 11h46 do dia 20/09 para acréscimo de nota enviada pela Petrobras
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