PF diz que prefeito recebia 30% de empresas envolvidas em fraude

Os delegados da PF explicaram o esquema das fraudes (Fotos: Portal Infonet)
Na tarde desta quarta-feira, 16, durante coletiva à imprensa a Polícia Federal explicou os detalhes sobre o esquema de fraudes encontrado na prefeitura de Brejo Grande, região do Baixo São Francisco, distante 226 km da capital sergipana.

O fato já mostrado pelo Portal Infonet, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva nas cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Brejo Grande. Uma vasta documentação também foi recolhida do apartamento do prefeito da cidade.

O delegado do Departamento de Crimes Fazendários, Carlos César Pereira de Melo, disse que as informações sobre o esquema começaram a ser investigadas em janeiro deste ano e que de forma superficial, a Polícia Federal tomou conhecimento de que o crime envolvia empresas e

O delegado Carlos César Pereira de Melo
servidores públicos.

Segundo o delegado, no processo de licitação duas empresas eram fantasmas e a terceira já entrava para ganhar. Carlos César confirmou que durante ouvida de dois empresários foi confirmado o pagamento de propina, em cerca de 30% para o prefeito da cidade, Carlos Augusto Ferreira.

O delegado Márcio Alberto Gomes da Silva destacou que uma das empresas afirmou que pagou em dinheiro de R$ 350 a R$ 550 mil para o prefeito. “A empresa que vencia era obrigada a pagar 30% do valor da obra para o prefeito. Esse pagamento garantia que a empresa tivesse exclusividade na execução de obras”, destacou.

O delegado Márcio Alberto Gomes
Esquema

Segundo a Polícia Federal (PF), as falsas empresas apresentavam CNPJ e toda a documentação necessária para o processo de licitação, mas ao investigar as empresas, a polícia verificou que os endereços eram de residências e que muitas não tinham funcionários. “Eram residências de parentes dos empresários e que no período de dois ou três anos teve quatro funcionários, ou seja, não tinha estrutura para trabalhar com empresa”, disse Carlos César.

Quanto às pessoas que foram ouvidas nesta quarta-feira, 16, pela manhã, na sede do órgão, e participaram da comissão de negociação, a informação é que muitas não recebiam nenhum pagamento. “Eram pessoas que tinham gratidão pelo prefeito e faziam esse trabalho”, disse.

Investigação

A polícia afirmou que o prefeito, que ainda não foi ouvido, será convocado para prestar depoimento e será indiciado por crime de desvio de verba pública. De acordo com a PF, a partir de sexta-feira, 18, será feita uma análise em toda a documentação, incluindo nos computadores apreendidos nas empresas e na prefeitura do município. A polícia verificará pelo menos 34 licitações catalogadas desde 2008.    

A equipe do Portal Infonet ligou insistentemente para a prefeitura de Brejo Grande e também para o celular do prefeito Carlinhos, mas as ligações não foram atendidas.

Por Kátia Susanna

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