Em Aracaju, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) produz, mensalmente, cerca de 30 mil mudas de árvores. A maior parte delas são algaroba, amendoeira, cácia azul, cácia mimosa, oitizeiro, fícus, flamboyants, cajueiro, mangueira e palmeiras em geral, incluindo os coqueiros, que são plantados nas praças, canteiros e passeios da cidade.

“Plantar é sempre positivo. Plantar e cuidar. Muita gente corta e destrói árvores por mero vandalismo. Uma cidade verde é mais agradável visualmente e climaticamente. Dá um pouco de trabalho, mas os benefícios são muito maiores”, explica Myrna Landim, bióloga e professora da Universidade Federal de Sergipe.

Myrna lembra que uma única planta, mesmo que esteja num vasinho, pode propiciar benefícios para inúmeras espécies. “Existe todo um conjunto de insetos que usam a planta como sítios para reproduzir ou se alimentar das flores e frutos. Um jardim então é um local extremamente rico biologicamente”, completa.

Mudas produzidas no horto da Emsurb

Segundo o assessor de comunicação da Emsurb, Helber Andrade, somente 30% de plantas com flores são introduzida em áreas verdes de Aracaju. “Isso por conta da falta de condições educacionais da população. Infelizmente, há muito vandalismo e retirada das flores dos canteiros. Então, optamos por inserir espécies que produzam um efeito bonito através das folhas, como a zínia”, informa.

MAIS E MENOS – Dois dos bairros mais arborizados de Aracaju são o São José e o Salgado Filho. Ao longo da avenida Augusto Maynard, por exemplo, o canteiro é repleto de árvores. E ainda existe a praça Tobias Barreto, que além de muitas árvores e plantas abriga um Zoo Parque, com pássaros de diversas espécies.

Já no Santa Maria não existem áreas verdes, pois não há delimitação de canteiros, praças ou passeios. “O Santa Maria é uma exceção. Quanto às demais áreas da cidade, temos feito trabalhos, porém a colaboração da população é importante, pois nas proximidades de bares se colocam mesas, carros ficam sobre o jardim, a comunidade utiliza como campo de futebol, enfim, não é só plantar, tem também que manter”, enfatiza o assessor da Emsurb.

Para o universitário Carlos dos Santos, que mora no São José, a arborização do bairro é muito importante. “Eu costumo colocar a mesa na calçada no final de semana e ficar batendo papo com os amigos, vendo as meninas passarem”, brinca. Ele também freqüenta regularmente o Parque da Sementeira, onde aproveita para descansar e ler à sombra das árvores.

DEFICIÊNCIAS – Para a bióloga e doutora em Botânica, Myrna Landim, Aracaju é uma cidade bem arborizada, mas existem deficiências. “Uma delas é a baixa diversidade das espécies. Isso limita a alimentação da fauna, além de ser visualmente monótono”, ressalta.

Segundo a bióloga, a cidade passa por um modismo do ficus, árvore de pequeno porte, mas que tem a copa bastante cheia. “Tem gente que acha bonito ficar podando o ficus, mas é uma árvore de uma copa linda, que deveria ser preservada”, critica.

Ela também alerta quanto à poda exagerada. “Deve haver um planejamento na hora do plantio para que a árvore não fique perto da fiação elétrica, tendo que ser podada constantemente e impedindo o crescimento da mesma. Afinal é a copa da árvore que ameniza a temperatura e dá sombra”, lembra Myrna.

Contudo, o assessor de comunicação da Emsurb garante que no momento do plantio é verificado o lugar mais adequado, analisando como vai se comportar a copa da árvore, se há lençol freático, espaçamento do canteiro ou da calçada, distância entre a calçada e os galhos suspensos, entre outros fatores.

Por Janaina Cruz

Da redação do Portal InfoNet