Onda de acusações O assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa (PL) e as revelações de autores e mandantes, surpreenderam a sociedade e despertaram para a necessidade de se colocar, na cadeia, outros autores de crimes de mando. Sem querer fazer qualquer tipo de esnobação, Plenário exibiu quatro artigos, logo após o crime, que relataram muito do que foi anunciado oficialmente pela Secretaria da Segurança. A apresentação dos autores do crime, ontem, e a forma como se organizou o crime, também já haviam sido anunciadas por esta coluna antes. Inclusive com detalhes que só segmentos da Polícia sabiam. De qualquer forma, a imprensa toda teve um papel muito importante na elucidação do crime, embora, em alguns momentos, pode ter atrapalhado ou retardado o desfecho final de um assassinato frio e covarde. Mas há muito mais coisas a se falar, trabalhos ousados a se fazer e uma necessidade natural de não se deixar temer por organizações criminosas, que fortalecem a pistolagem e deixam a sociedade refém de um tipo de crime, que pode por qualquer cidadão sob a mira de armas potentes, por um dinheiro qualquer. Nessa onde de acusações, ontem foi feita uma outra a Plenário, por um cidadão que pediu para omitir seu nome. Ele acusou o procurador de Justiça do Estado, Eduardo D’Avila Fontes, de retardar o envio do processo do crime do agiota Motinha, ocorrido no bar Parati, porque seu pai, Flamarion D’Avila Fontes, é o advogado de Marcos Munganga e do temível Henrique Floro Calheiros. Segundo a fonte, o processo está com promotor há 10 meses, quando ele deveria oferecer denuncia, ou não, em um prazo de apenas cinco dias. Ouvido por Plenário, o promotor Eduardo D’Avila Fontes ficou chateado e queria saber o autor da denuncia, mas compreendeu que não seria ético para o colunista entregar uma fonte, já que estava lhe colocando a par das acusações e lhe dando direito a ampla defesa. Eduardo disse que no caso do crime de Motinha não existe denuncia envolvendo Marcos Munganga e nem Floro Calheiros. Revelou que, recentemente, um policial declarou que pagou a fiança para que fosse solto um segurança do então prefeito de Canindé do São Francisco, na época do crime. Eduardo D’Avila Fontes acrescentou que o processo do crime de Motinha foi enviado por ele à Polícia para novas investigações e hoje se encontra em poder do delegado Arquimedes, já por algum tempo. Voltou a afirmar que não existe nenhum indício da participação de Cloro Calheiros e Marcos Munganga e revelou que já enviou três vezes o processo para baixar em diligência: “o processo ia e voltava”, declarou. A fonte que fez denuncia contra o promotor Eduardo D’Avila Fontes também disse que os bandidos que assassinaram o deputado estadual Joaldo Barbosa, também têm Framarion D’Avila como advogado e o promotor do processo seria também o seu filho Eduardo, que teria saído da questão sob pressão. Teria dito, inclusive que deixaria o processo, mas voltaria se Munganga não fosse indiciado. O promotor Eduardo D’Avila também desmentiu a informação e disse que só atuou no crime até o momento em que a suspeita era a mulher do deputado, médica Edla Cruz. Quando começou a surgir o nome da participação de Floro Calheiros, “eu simplesmente enviei um documento ao procurador geral, me afastado do caso, porque me dava como suspeito, em razão de meu pai advogar para ele”, disse Eduardo. Na mesma carta, o promotor admitiu que voltaria ao processo, caso Floro Calheiros não tivesse envolvimento. Eduardo D’Avia disse, ainda, que a partir de agora não volta mais ao processo, “de jeito nenhum”, porque o seu pai, Flamarion D’Avila, também é advogado do foragido Marcos Munganga, que está com a prisão preventiva decretada e é foragido da Polícia. O promotor se indignou com a denuncia levantada contra ele e até lembrou que o fato do seu pai defender alguém que responde processo, não o obriga a ficar fora dele: “o fiz nesse caso por uma questão minha”, finalizou. CASSAÇÃO Na Assembléia Legislativa os deputados já estão falando na formação de uma comissão especial para apurar o crime de Joaldo Barbosa (PL) e o envolvimento do deputado Antônio Francisco. A comissão pega todo o processo, dá ampla defesa ao deputado acusado e depois decide em votação plenária pela cassação ou não. INOCENTE O deputado Antônio Francisco não compareceu, ontem, à Assembléia Legislativa e tem declarado que é inocente e não sabia do contrato para assassinar Joaldo. A um ex-parlamentar declarou que “se o Juninho (Antônio Francisco Garcez Júnior) fez alguma coisa de errada ele é de maior e pague”. DEPRESSÃO A viúva do ex-deputado Joaldo Barbosa (PL). Edla Cruz, está em depressão completa com todo esse movimento de elucidação do crime. Inclusive porque o deputado Antônio Francisco e o filho Junior foram uns dos primeiros a chegar à casa de Joaldo no dia do crime. REFINARIA O senador José Almeida Lima (PDT) está conversando pessoalmente com todos os membros da bancada sergipana, para tratar sobre a instalação da refinaria de petróleo em Sergipe. Almeida quer relatar as suas convicções do pleito da viabilidade da refinaria para Sergipe e pretende envolver toda a bancada: “a pretensão é que a bandeira seja levantada por todos”. JACKSON José Almeida Lima disse, também, que vai convida o deputado federal Jackson Barreto (PMN), porque na pode haver divergência política numa pretensão para o Estado. Acrescentou que não o convidará pessoalmente, mas através dos seus assessores diretos, que estarão com o deputado “em meu nome”. UNIDADE O senador Almeida Lima acha que mesmo aqueles que não acreditam na possibilidade de instalação da refinaria serão convidados e ele espera que participem. Almeida Lima acha que o empenho da representação de Sergipe vai mostrar o espírito de luta da bancada quando outras coisas forem de seu interesse. PREVENTIVA Um delegado experiente foi radicalmente contra ao pedido de prisão preventiva de Antônio Francisco Garcez Junior: “Foi precipitada”. Disse que tudo leva a crer que há um envolvimento de Júnior no caso, mas não tem uma única declaração que o incrimine. TODOS SABIAM A mesma fonte diz que todos os integrantes do grupo de extermínio sabem quem é o mandante e como aconteceu, mas não há provas. O policial tem certeza do envolvimento de Garcez, mas acha que a prisão preventiva fez com que ele fugisse e se preparar para defesa. SEDE E FOME O pessoal do MST que está no alto sertão sergipano, já não suporta a sede e a fome que passam familiares. Até em Nossa Senhora da Glória a situação é terrível. Segundo um dos membros do MST, o pessoal está pensando em partir para o saque nas feiras e supermercados, embora considere que os pequenos comerciantes estão na mesma situação. FOME ZERO O prefeito de Poço Redondo, frei Enoque, disse ontem que o programa Fome Zero do Governo Lula ainda não tem perspectiva, porque ainda não se sabe quanto será investido em cada pessoa. Segundo Enoque, o ministro da área já anunciou que pode ser R$ 50, um pouco para mais ou para menos, “como, no país, as coisas são sempre para menos, é possível que baixem para R$ 40. SEGUNDO Ontem houve uma reunião de entidades com o pessoal da Emdagro, para tomarem conhecimento do Seguro Safra, que será lançado sexta-feira pelo governador João Alves Filho (PFL). O programa é do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que dará cobertura financeira ao agricultor que perder sua safra. REGRAS O agricultor que plantar até 10 hectares de milho, feijão e algodão, pagará 6,00 reais por ano para segurar a safra. Havendo uma perda que vá além dos 60% do plantio, o agricultor será beneficiado com 475 reais para cobrir as perdas. SOFRÍVEL O prefeito de Poço Redondo, frei Enoque, já disse que “Bom não é. É sofrível”. E pergunta: “O que é R$ 475 em seis parcelas de 79 reais?” Enoque diz que hoje tudo está subindo assustadoramente, mas, dentro da política que vem sendo utilizada, qualquer migalha que chegar será bem vinda. ADELSON O deputado estadual Adelson Barreto (PMN) disse que só vai usar da tribuna da Assembléia Legislativa, quando houver necessidade. Adelson acha que o melhor é fazer sua política de ajudar os mais necessitados, porque dessa forma trabalha mais para a população. Notas FALTA ÁGUA O representante do MST, Cristiano Santos Leite, disse ontem que o grande problema do sertão é a distribuição de água, porque não existe uma política séria para atender a todo mundo. Acrescentou que o pessoal de Nossa Senhora da Glória está comendo palma, enquanto em Canindé e São Francisco todos estão em condições insuportáveis. Cristiano Santos Leite disse, também, que o MST está voltando a invadir fazendas em todo o país, porque o presidente Lula da Silva prometeu agilizar a questão da Reforma Agrária em apenas 120 dias. Até o momento nada foi feito. GRITANTE O prefeito de Poço Redondo, frei Enoque, também considerou o problema da distribuição de água gritante. E fez uma denuncia: “não é por causa dos caminhões pipas, mas por culpa do Deso, que não tem condições de abastecer. São apenas 25 caminhões que saem da cidade para levar água a vários povoados distantes da sede do município”. Enoque acrescenta que os caminhões não abastecem no rio São Francisco porque aumenta a quilometragem em 16 quilômetros e isso vai encarecer o preço por caçamba. Se o Deso não tomar providência o prefeito não sabe como vai ficar. ASSEMBLÉIA Os deputados têm dito que o clima na Assembléia Legislativa é de muito constrangimento, em razão das notícias que envolvem Antônio Francisco (PL) como um dos envolvidos no crime de Joaldo Barbosa (PL). Ninguém faz acusações, mas todo mundo está chateado, porque é muito ruim para a instituição esse tipo de suspeita. A decretação da prisão do filho do deputado, Antônio Francisco Junior, aumentou mais a frieza dos parlamentares, que desejam uma solução imediata, para que os trabalhos retornem ao norma. Da forma que está fica difícil trabalhar. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B