Pensar micro Dentre os assuntos da moda que engordam a mídia sergipana, o referente à implantação da refinaria em Sergipe (ou não) vem tendo espaço, com certa freqüência. Muitas vezes trazendo boas idéias, sugestões, informações pertinentes, mas também, do outro lado da moeda, está existindo muita especulação, opiniões e achismos, inusitados e mal fundamentados. Principalmente equívocos que parecem ter sido preparados sob encomenda, para confundir a opinião pública. Ontem, na conceituada coluna Informe GS, assinada por Rita Oliveira, uma fonte se apressou em anunciar apostas sobre a questão da Refinaria. Diz que a implantação de uma indústria do porte em uma cidade como Aracaju, não seria possível em razão da imensa produção, para um acanhado mercado consumidor. Parte da afirmação pode até ser levada em consideração, porque existe exploração de petróleo em lugares completamente remotos, sem que haja uma refinaria nas proximidades. A segunda é absolutamente descabida e não merece o menor crédito. O maior mercado consumidor do país é a região Sudeste, portanto, dentro da teoria dos apostadores, a vinda de uma refinaria para o Nordeste, como é desejo da própria Petrobrás, estaria inviabilizada já de saída. Sabe-se que uma refinaria não trabalha para atender apenas a um determinado Estado. A sua produção se destina a atender diversas unidades da Federação, seja do tamanho que for e aonde estiver. Quanto a discutir ou não o Governo João Alves, é uma outra questão, até por que nada impede que se analise tranqüilamente a viabilidade de implantação deste empreendimento e, paralelamente, se analise também a performance da administração estadual com os olhos da crítica mais contundente. Que é que tem a ver, uma coisa com a outra? Também estão sendo postos em discussão alguns elementos que merecem um olhar mais atento. Por exemplo: o fato da necessidade de se tomar algumas precauções para não assustar os investidores. O que poderia de haver de tão mal, em se instalar uma refinaria em Sergipe, que pudesse afugentar tais investidores? Só para citar um exemplo, no episódio da privatização da Energipe, houveram tantos investidores interessados em aportar seu capital em Sergipe, que a empresa foi vendida com o maior ágio, até então visto para venda de estatais brasileiras. Não é o fator geográfico, neste caso, que fará com que os investidores fujam deste empreendimento, aliás, eles irão para onde a refinaria for, tanto faz, ser em Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará ou Amapá. Até em Fernando de Noronha, se fosse o caso. Não soa muito bem, também, esta história que os governos estaduais têm que se empenhar em conseguir uma empresa de grande porte no mercado internacional, para se associar à Petrobrás para viabilizar a implantação de uma refinaria. Isso é conversa de quem está voando na questão ou tem má vontade com Sergipe. Basta que a própria Petrobrás divulgue, nos canais que ela bem conhece e tem trânsito livre, que está em busca deste tipo de parceria, para ter dificuldade e selecionar o melhor. Poderia até fazer concorrência para aceitar quem oferecesse mais. Qualquer leigo sabe que o mercado de investimento está a todo tempo buscando boas oportunidades de negócios, onde quer que elas estejam. A não ser que investir nesta refinaria seja improvável ou que os riscos sejam imensos, com retorno duvidoso. Nesse caso, se justificaria este argumento, mas também, se assim for, não pegaria bem para a própria estatal de petróleo incentivar o empreendimento, seja em qualquer lugar do mundo, sob risco de abalar sua credibilidade nacional e internacional, o que em hipótese alguma, poderia nem ao menos ser ventilado, até mesmo pela posição que a empresa ocupa no mercado mundial de petróleo. Quanto a questão de só agora estar se discutindo isto, quando os estudos já existem há dois anos, é preciso que se diga que só agora, depois que José Eduardo Dutra assumiu a empresa, é que este assunto chegou vem sendo abordado e cobiçado por todos os Estados da Federação, inclusive Sergipe, que demonstra ter panos nas mangas para isso. Independente da questão temporal, não há nada de suspeito na atitude da classe política estadual, seja ela de qualquer partido ou ideologia, em lutar, com unhas e dentes, a favor de Sergipe nesta queda de braço, que envolve muitos interesses econômicos e políticos também, mas que só trará benefícios para este Estado, que teve sua economia incrementada, com a chegada de grandes estatais nos anos 60. Agora quer com esta grande conquista, um pilar forte e seguro, para apoiar uma nova fase de desenvolvimento que vai tirar Sergipe desta curva descendente em que se encontram seus níveis econômicos, evitando a decadência e até falência de seu sistema produtivo, o que traria conseqüências nefastas para a vida de todos os sergipanos. É preciso pensar o Estado de forma macro. Querer evitar a luta pela refinaria, apenas para não prejudicar uma possível ascensão política de José Eduardo no Estado, em um futuro próximo, ou de outros membros do Partido dos Trabalhadores, seria uma visão míope e miuda de determinadas cabeças que fazem a política deste Estado. Estes sim, deveriam ser interpelados das razões de trabalharem contra o crescimento industrial do Estado. Que se lute pela Refinaria, independente que ela chegue através de João, Déda. Jackson, Almeida ou do mais simples vereador de Cumbe. O importante é o desenvolvimento de Sergipe, por qualquer via. De esquerda ou de direita, não interessa… DESFILIAÇÃO O deputado estadual Antônio Francisco, que tem seu nome envolvido no crime de Joaldo Barbosa, foi aconselhado a pedir desfiliação do PL, para evitar o constrangimento da expulsão. O requerimento que o parlamentar enviou para a Executiva Regional do PL foi simples e sem arrodeios, apenas citou a lei eleitoral e pediu a desfiliação. TRABALHO O deputado estadual Antônio Francisco vai permanecer sem partido e deve retornar à Assembléia Legislativa nesta próxima segunda-feira, quando termina o prazo de sua licença. Ele tem procurado alguns colegas mais próximos para pedir que não votem na abertura de uma Comissão Processante. Quer evitar a cassação. DELEGADO Segundo informação de setores da Polícia, antes de dar um tiro na cabeça, o delegado Edvalson Júnior teria ingerido seis cartelas de Diazepan, no total de 60 comprimidos. O médico Jocelino Farias, consultado por Plenário, disse que uma overdose desse medicamente provocaria dificuldade respiratória e o delegado morreria por asfixia. DELÍRIO O médico acrescentou que o tiro na cabeça só poderia ter sido dado no primeiro delírio, quando o remédio começasse a fazer efeito. Jocelino Farias também disse que estranhou a informação de que o delegado morreu segurando a arma sobre o tórax: “quem atira numa situação dessa, a tendência é jogar o braço no sentido contrário”. CONVOCAÇÃO O deputado federal Heleno Silva (PL) aprovou requerimento convocando o secretário da Integração Social, Ciro Gomes, para falar sobre os Fundos Constitucionais e a reestruturação da Sudene. Segundo Heleno, 30 mil produtores não tiveram condições de efetuar pagamento do Fundo e estão com seus nomes bloqueados nas instituições. FOME ZERO O deputado federal José Carlos Machado (PFL) também aprovou requerimento de convocação do ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, para prestar esclarecimento sobre o programa Fome Zero. Deve esclarecer, também suas recentes declarações relacionando a miséria na região do semi-árido nordestino à violência nas metrópoles brasileiras. O ministro vai à Câmara dia 8 de abril. DESCULPAS Lembrado que o ministro já havia se desculpado por ter relacionado à miséria dos nordestinos com a violência nas grandes metrópoles, o deputado José Carlos Machado não aceitou. Ele pode ter se desculpado porque era conveniente, “mas sei lá se realmente ele não pensa assim?” O requerimento também é assinado pelo deputado José Carlos Aleluia. VIAGEM O governador João Alves Filho viajou, ontem, com auxiliares e o deputado Venâncio Fonseca, para o Chile, onde ficará até domingo. João levou assessores da área agrícola para estudar projetos naquele país. Em seu lugar assumiu a vice Marília Mandarino, que pode permanecer à frente do Governo até a quarta-feira. HISTÓRIA Ontem, no final da tarde, a governadora em exercício Marília Mandarino, disse que se sente feliz porque entra para a história como a primeira mulher que esteve à frente do Governo de Sergipe. Marília não foi ao Palácio dos Despachos, ontem à tarde, porque tinha agendado uma consulta médica, mas hoje estará despachando normalmente. CHINA O governador João Alves Filho vai a China em meados de abril, onde deve passar de 10 a 15 dias, também em missão oficial. Desde os dois Governos anteriores que o governador mantém relacionamento com empresários daquele país, interessados em investir no Brasil. LOBBY Segundo um deputado que pediu para evitar a divulgação do seu nome, essa história de que cada Estado tem que se armar com empresas privadas, para associar-se à Petrobrás para conseguir a Refinaria tem outro nome. E foi fundo: trata-se de um lobby pesado junto a setores da Estatal, para que Estados maiores fiquem com a Refinaria. “Tem muita gente trabalhando contra Sergipe”. CLOVIS O secretário Clóvis Silveira (PTB) participou, ontem, de um encontro da Direção Nacional do seu partido em Brasília. No final ele pediu um aparte para se apresentar. Disse que era presidente do partido em Sergipe, secretário de Estado, e que levaria outros auxiliares do Governo, além de prefeitos, vereadores e deputados. CLOVIS I O líder do PTB, deputado Roberto Jefferson, se espantou e perguntou: “Governo? Que Governo?” E Clovis respondeu que era a Administração de João Alves Filho (PFL), de quem tinha sido candidato à vice nas eleições de 1998. Jefferson retrucou: “de hipótese alguma. O PTB de Sergipe acompanha o PT de Marcelo Déda”. Clóvis agora terá que se decidir politicamente para poder se manter no PTB. Notas JACKSON O deputado federal Jackson Barreto (PMN) está sendo cercado, por todos os lados, para ingressar no PTB e comandar a legenda em Sergipe. Ele já teve encontros com o presidente do partido, deputado Luiz Carlos Martinez e com o deputado Roberto Jefferson, para definição. Até o momento Jackson Barreto não confirmou. Outros partidos também querem Jackson Barreto, como é o caso do PSB, comandado pelo senador Valadares, mas Jackson quer ouvir todo o seu pessoal para que haja uma decisão em grupo. A tendência maior é pelo PTB. JERÔNIMO O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PTB), evitou qualquer comentário sobre o problema do PTB apoiar ou não Marcelo Déda em Sergipe. Segundo um dos seus aliados naturalmente ele está com o PT em Sergipe e que vai continuar assim. Ontem o ex-prefeito Jerônimo Reis foi procurado mas não foi encontrado. Jerônimo, inclusive, teria um jantar com o deputado José Carlos Martinez, ontem à noite, mas não pode ficar em Brasília porque tinha problemas a resolver em Lagarto na manhã de hoje. Quanto a Jackson Barreto, o pessoal acha que o deputado se filiará ao partido. ALMEIDA O senador José Almeida Lima (PDT) tem procurado manter a unidade de parlamentares do Nordeste, para que juntos formem uma força no Congresso Nacional e consigam atrair mais investimentos para a região. Ele acha que se o Nordeste manter-se unido será mais fácil exigir uma ação maior do Governo Federal. Segundo Almeida Lima, algumas divergências políticas de parlamentares da região, provocada por posições partidárias, muitas das vezes criam obstáculos para que se reivindiquem maiores investimentos e uma atuação mais efetiva na região. brayner@infonet.com.br
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