PM não descarta uso de outros cartões em fraude

Marcony diz que Comando Geral da PM não interferiu na investigação (Foto: Portal Infonet) 

O comandante da Polícia Militar de Sergipe, coronel Marcony Cabral, não descarta a possibilidade de que cartões coringas, fora do controle da PM, tenham sido utilizados para abastecimento de combustível em postos credenciados pela PM. A suspeita está no centro das investigações do Ministério Público Militar (MPM).

Pela primeira vez, o comandante se pronunciou em público a respeito das graves acusações do coronel Bené Gravatá, ex-corregedor da PM, indicando suposta fraude no abastecimento de combustível das viaturas da PM, citando, inclusive, que familiares do comandante controlam os procedimentos de liberação do combustível em postos credenciados. Cabral classificou as denúncias de Gravatá como um ataque pessoal e disse que vai resolver as questões na Justiça. Ele já havia determinado o afastamento de Gravatá da Corregedoria da PM.

Em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE) nessa sexta-feira, 2, o comandante restringiu os detalhes da investigação, alegando o sigilo solicitado pelo Ministério Público Militar (MPM), que dá sequência à investigação, e se limitou a explicar que o Comando da PM, em momento algum, interferiu no Inquérito Policial Militar (IPM). “A investigação começou na Polícia Civil em 2016 e foi encaminhada para PM no 1º semestre de 2017. Como comandante, autorizei o inquérito e o restante é feito dentro da Corregedoria. O inquérito foi presidido pela coronel Valéria e, na época, ele [coronel Gravatá] não estava na Corregedoria”, explicou Cabral.

Marcony Cabral explicou que o Comando Geral da PM não tem autoridade para arquivar inquérito e que, após a conclusão da investigação da coronel Valéria, Gravatá teria ‘segurado’ o inquérito por pelo menos 60 dias, já como Corregedor da PM, o que faz o comandante questionar a conduta do coronel. “Como corregedor, ele pediu sigilo nas informações e depois, ele mesmo, foi a público fazer essa série de denúncias. Mesmo com a conclusão do inquérito, ele passou mais de 60 dias para encaminha-lo a Justiça”, afirma. A PM instaurou procedimento administrativo disciplinar para investigar a conduta do militar subordinado.

Cartões coringas

Em entrevista a nossa reportagem no início da semana, o promotor de Justiça Militar, João Rodrigues, que também atua na Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Militar, revelou ter identificado ‘incongruências’ no uso dos chamados cartões coringas da corporação, notando certa frequência e volume de combustível consumido em pouco espaço de tempo. O comandante não deu detalhes de como é feito o uso dos cartões, mais uma vez atribuindo ao sigilo, mas ressaltou que ele só é usado quando os cartões de abastecimentos comuns travam ou dão algum problema. “A investigação quer saber justamente sobre possíveis outros cartões desse tipo que possam ter sido usados e que não foram feitos pela Polícia Militar”, explica.

Sargento indiciado

Na conclusão do inquérito por parte da Polícia Militar de Sergipe, apenas o sargento Robertson de Souza Silva, do Centro de Suprimento e Manutenção (CSM), foi indiciado. “Ele foi citado por uma frentista que teria participação em algum tipo de fraude, mas é precipitado falar algo porque isso é alvo de investigação e está sob sigilo de Justiça”, voltou a frisar o comandante. A defesa do sargento alega que não houve erros nos procedimentos. 

Por Ícaro Novaes

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