
Diante da grande apreensão de 200 litros de diversos whiskys em um grande evento de Poço Redondo, a Polícia Científica (PCi) procedeu com os exames periciais visando identificar substâncias prejudiciais à saúde humana. As análises ocorreram de forma preventiva e, nesta amostra, não houve a detecção de compostos nocivos como o metanol, responsável por mortes em outros estados do país. As bebidas foram retiradas de circulação pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Poço Redondo, em agosto deste ano, e foram encaminhadas para exames periciais no Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF), vinculado à PCi.
Conforme o delegado Antonio Gledson, a unidade policial recebeu denúncias informando sobre a suposta prática danosa à saúde. “A partir disso, a Polícia Civil identificou os proprietários de barracas de ‘drinks’, e identificou seus depósitos. Durante a operação, em alguns dos locais foram apreendidas garrafas com tampa violada, com lacres sobrepostos, ou tampadas apenas com embalagem plástica. Os suspeitos alegaram que abasteciam as garrafas com whisky de menor valor e confessaram a intenção de comercializá-los na festa cidade de Poço Redondo”, relatou o delegado.
Após a apreensão, a Polícia Civil requisitou a realização dos exames relativos à suspeita de adulteração de bebidas. De acordo com o perito criminal Wesley Marques, o IAPF então realizou análises e exames visando identificar compostos nocivos à saúde humana. “Nós recebemos os materiais, seguimos todos os requisitos da cadeia de custódia e realizamos análises físicas e químicas para verificar se as bebidas estavam de acordo com o padrão do fabricante e se não tinham substâncias nocivas à saúde”, explicou.
Entre os procedimentos, estiveram a avaliação das garrafas e as análises dos líquidos. “Em exames de análises físicas, nós avaliamos se o lacre está violado, se está na posição correta ou se estão sobrepostos. Também observamos o rótulo, verificando informações do fabricante e registro, além do estado de conservação. Outro ponto analisado é o padrão de volume e cor entre as garrafas. No tocante às análises químicas, nós verificamos o conteúdo presente na bebida”, exemplificou o perito.
Todo o rol de análises visam tanto a segurança do consumidor, quanto o cumprimento das exigências legais referentes ao ponto de vista comercial, conforme relatou Wesley Marques. “O trabalho do IAPF está centrado em verificar a autenticidade das bebidas tanto do ponto de vista econômico quanto da questão de saúde, para verificar se o que está nessa bebida pode trazer algum mal ao consumidor”, enfatizou o perito criminal.
Embora nesta apreensão não tenha ocorrido identificação de metanol e, em Sergipe, não haja registros de morte por ingestão dessa substância, o perito criminal relembrou que já aconteceram casos de morte por bebidas adulteradas. “Já houve caso de morte após ingestão de bebida alcoólica contaminada com agrotóxico”, rememorou, reforçando os riscos do consumo de bebidas adulteradas, a exemplo de cegueira e morte.
Cuidados
Diante dos casos recentes de intoxicação com mortes em outros estados do país, o IAPF orienta que os consumidores verifiquem a posição e a condição do lacre, além do rótulo. “Verifique se o lacre está sobreposto, se está adulterado. Em seguida, verifique o rótulo, se está na posição correta e impresso corretamente, além de verificar as informações do fabricante e do registro. Se for bebida do mesmo tipo, verifique se a cor está parecida e o volume também. E desconfie de preços muito baratos”, orientou, ressaltando que é fundamental que as suspeitas de adulteração de bebidas sejam comunicadas às forças de segurança pública, a exemplo da Polícia Civil (181) — que conta com a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor e da Ordem Econômica (Decon), unidade que atua em crimes contra as relações de consumo — e Polícia Militar (190).
Fonte: SSP