Ocorrências deverão ser encaminhadas à Delegacia Plantonista (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Por conta da paralisação de 48 horas dos policiais civis, delegados, escrivães e auxiliares datada para esta quarta-feira, 15, as delegacias de Aracaju e do interior não funcionarão e as ocorrências devem ser levadas à Delegacia Plantonista. Um ato intersindical está marcado para esta quarta-feira, às 8h, em frente ao Palácio dos Despachos reivindicando reabertura das negociações com o governo, enquanto outros agentes policiais farão movimentos pontuais em delegacias do centro comercial de Aracaju. As categorias garantem que o efetivo mínimo de 30% será mantido.
Sinpol
De acordo com Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), a paralisação é reivindicando o reajuste salarial linear para 2015 [que tinha maio como data base], implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), um número maior de agentes de polícia e escrivães de forma a suprir a demanda que existe e melhores condições e gerenciamento nas delegacias.
O assessor de comunicação da Sinpol, Jorge Henrique, diz que o governo do estado descumpriu a promessa de que resolveria as situações pontuais da polícia civil. Ainda de acordo com ele, a mobilização é também uma luta pelo fim da manipulação na contabilidade pública. “O governo prega que está sem condições de honrar compromissos com o servidor público alegando em primeiro plano uma lei de responsabilidade fiscal, mas tudo isso não passa de falácia. Na verdade eles [governo] tentam passar para a sociedade uma situação em que não se encontram”, ataca.
Jorge afirma que toda categoria está no aguardo da instauração do PCCV que completou um ano desde sua criação, mas ainda não foi implantado. O assessor ressalta que a Polícia Civil foi criada para diligência com respeito às investigações, inquéritos e não para custódia de presos, citando também o baixo efetivo de funcionários. “Há superlotação carcerária em delegacias e a Polícia Civil não foi criada para tomar conta dos presos. Na 2ª Delegacia, existem 70 presos numa situação de animais abandonados em jaulas. Podridão, doenças, parasitas, fora a falta de segurança nas delegacias. No interior tem equipes que precisam tomar conta de três municípios”, denuncia.
Adepol
A delegada e vice-presidente da Associação dos Delegados de Sergipe (Adepol), Ana Carolina, afirmou que a categoria também luta pela correção dos salários deste ano, mas lamenta que a situação esteja se repetindo como no ano de 2014. “Ano passado só pagaram nosso reajuste em julho, e esse ano a história se repete e estamos a ver navios”, critica. Numa frente junto com outros sindicados, a Adepol também cobra do estado que retorne ao limite prudencial e pare de usar a lei de responsabilidade fiscal como desculpa para não honrar compromissos com os servidores. Outra reivindicação dos delegados é o cumprimento ao acordo da Lei 7.870/2014 na íntegra.
SSP
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) afirmou que ainda não foi notificada sobre a paralisação, mas já montou esquema para funcionamento das delegacias durante as 48 horas. O setor garantiu que o um terço das delegacias funcionarão registrando os flagrantes e autos de resistência. São elas: Delegacia Plantonista, 3ª DM, 4ª DM, Itabaiana, Lagarto, Estância Propriá e Nossa Senhora da Glória
Diante de outras reivindicações dos policias civis e delegados, como a superlotação carcerária nas delegacias, o assessor de comunicação da SSP, Renato Nogueira, entende que o ambiente é apenas para custódia provisória, mas acredita que o aumento no número de prisões afetou a situação. "Devido ao bom trabalho da polícia temos um número maior de prisões que contribue para esta situação. E está suspenso também a entrada de presos no Copemcan, por isso o ecoamento dos presos para o presídio não está acontecendo. Estamos aguardando algumas medidas para solucionar a situação", afirma.
Renato também informa que tem sido tomadas medidas para diminuir o déficit no quadro de agentes policiais e escrivães. Ele afirma que em julho haverá um curso de formação para 500 profissionais e de imediatos serão convocados 100 agentes policiais e 20 escrivães, que segundo ele ainda não é o ideal, mas já contribuirá para os serviços da Polícia Civil.
Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio
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