Posto de Saúde é assaltado na Barra dos Coqueiros

Assalto à clínica tem alvo: armas dos vigilantes (Fotos: Cássia Santana / Portal Infonet)

O Pronto Socorro da Clínica de Saúde da Família da Barra dos Coqueiros foi assaltado na noite desta segunda-feira, 25, por três homens. Esta é a terceira vez, em um ano, que aquela unidade de saúde é assaltada. Para a diretora da Clínica, Valesca Bernardo, os assaltantes têm alvo certo: as armas dos vigilantes que prestam serviços à unidade. Eles agem durante à noite, entre às 18h e 23h.

De acordo com informações da diretora da unidade, três rapazes se aproximaram do Pronto Socorro da Clínica de Saúde da Família no início da noite desta segunda, 25, e ficaram em posição estratégica. Um deles se posicionou do outro lado da rua, numa esquina, funcionando como olheiro. “E ocorrendo algum sinal de aproximação de alguma viatura da Polícia, certamente ele usaria o artifício daqueles conhecidos assovios”, conjectura a diretora.

Os outros dois entraram no Posto e um deles reclamou de uma dor no peito. Não havia médicos e uma das atendentes perguntou se ele gostaria de ser encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva, em Aracaju. O vigilante acreditou que ele estaria sofrendo com a dor e até se aproximou na tentativa de se dispor a ajudá-lo, segundo informou a diretora. Mas o rapaz reagiu e o rendeu apontando uma arma, orientando-o a não reagir por se tratar de um assalto.

Valesca Bernardo: dificuldade para contratar médicos

Os dois tomaram a arma do vigilante e saíram ao encontro do terceiro comparsa que se encontrava do outro lado da rua. Os três fugiram a pé sem deixar pistas. O Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia Plantonista pelo vigilante Luiz Carlos Benjamin, por volta das 21h desta segunda-feira, 25.

Sem médico

A violência na Barra dos Coqueiros, na ótica da diretora Valesca Bernardo, tem afastado a classe médica da Clínica de Saúde da Família. “Ninguém quer vir trabalhar com medo de ser assaltado”, revelou. Os funcionários e os próprios vigilantes exercem as respectivas atividades profissionais com temor. “Está difícil trazer médicos para esta unidade”, desabafa.

Em um dos assaltos, o médico também foi ameaçado e os assaltantes, além do revólver do vigilante, levaram aparelhos de telefonia móvel dos funcionários e chaves de um médico. Este, assustado, não retornou mais à unidade de saúde.
Na manhã desta terça-feira, 26, a população aguardou na fila por atendimento, mas não havia médicos no Pronto Socorro.

Ana Maria: pressão alta e sem médicos

A auxiliar de serviços gerais Ana Maria dos Santos cansou de esperar por um médico na manhã desta terça-feira, 26, naquele Pronto Socorro. Com pressão alta e passando mal, ela decidiu se dirigir à UPA Nestor Piva, em Aracaju. “Não suporto ficar esperando mais, estou passando mal, minha pressão está bastante alta e preciso de atendimento”, desabafou, em conversa com o Portal Infonet. A própria diretora admitiu a deficiência. No primeiro momento, tentou ser política, dizendo que a encaminharia para a Clínica para tentar o atendimento, mas depois acabou orientando a paciente a se dirigir ao Nestor Piva.

A diretora revela que regularmente há cinco médicos na Clínica de Saúde à Família e um no Pronto Socorro. “Mas agora vai ser um problema encontrar médico aqui no Pronto Socorro e também na Clínica”, admite. “Todos trabalham com medo dos assaltos”.

Os moradores também vivem inseguros. O vigilante Edgar dos Santos, que também trabalha na Clínica, não esconde o temor. “Sou filho daqui e a Barra (dos Coqueiros) nunca foi assim. Agora piorou de  vez”, desabafou. “Antes, a gentia dormia até com as portas abertas, hoje ninguém tem tranquilidade, nem para trabalhar”, lamenta.

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