Prédio do Cacique Chá é retrato de abandono

Prédio fica localizado na praça Olímpio Campos, centro de Aracaju
Quem viveu em Aracaju na década de 80 e comecinho dos anos 90 sabe que o Cacique Chá, localizado na praça Olímpio Campos, centro da capital, era um lugar charmoso e que reunia a nata da sociedade nos fins de tarde. Após fechar as portas, o prédio é o retrato do abandono do poder público ao longo dos anos.

Com os vidros quebrados, rachaduras nas paredes e estrutura da cobertura comprometida, o Cacique Chá hoje é reduto de mendigos, prostitutas, crianças de rua e usuários de drogas. A presença destes últimos, por sinal, deixa amedrontado quem trabalha e passa em frente ao prédio diariamente.

“Já quebraram três vezes o vidro do lugar em que trabalho. Viramos o quiosque de posição para ficarmos em alerta a qualquer movimentação estranha no cacique chá, mas não tem jeito de contornar o medo de ser assaltada a qualquer momento”, fala Sara, uma vendedora que trabalha na área e preferiu não se deixar fotografar.

Com medo de perseguição, dona Raimunda Santana também tem medo de mostrar o rosto, mas relata momentos de tensão que passou enquanto tomava conta de sua barraca de tecidos montada na praça. “Duas vezes já os meninos vem aqui e ficam dizendo que vão me roubar se eu não der esmola. A situação está terrível”, diz a comerciante.

Sujeira e sinais de que mendigos passam a noite ali
Além do aspecto negativo que o prédio do Cacique Chá dá ao lugar que ficou conhecido como ‘praça da Catedral’, o mau cheiro que o interior da estrutura exala chega a ser insuportável em alguns momentos. Segundo quem trabalha próximo ao local, a EMSURB chegou a limpar freqüentemente a área, mas o serviço já não é mais prestado há um bom tempo.

Obra que ainda não aconteceu

O Portal Infonet entrou em contato com a assessoria de imprensa da EMSURB e recebeu a informação de que o recolhimento de lixo em toda a praça chega a acontecer duas vezes por dia, mas que a higiene no interior do prédio deve ficar a cargo do órgão responsável pela estrutura do Cacique Chá.

A Empresa Sergipana de Turismo (EMSETUR) é responsável pelo prédio. Uma licitação para sua reforma foi lançada em 2008, mas a equipe do portal não conseguiu entrar em contato com a assessoria da EMSETUR até a publicação desta reportagem para saber o que atrapalhou o processo.

O Cacique Chá abriga obras do artista plástico sergipano Jenner Augusto. Sem policiamento e com um alto fluxo de mendigos e viciados em drogas, como dizem os comerciantes que trabalham próximo ao prédio, a segurança das pinturas fica comprometida.

Por Glauco Vinícius

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