“É preciso valorizar a posição do Banese, como o segundo maior banco público estadual do país e o prestígio nacional e internacional da instituição, reconhecida pelo Banco Central, Fundação Getúlio Vargas e pela revista ‘Conjuntura Econômica’”, disse Fonseca, ontem, na Assembléia Legislativa. Hoje, foi a vez do atual presidente da instituição financeira falar. Em um café da manhã oferecido pelo banco, o presidente da instituição, Jair Araújo de Oliveira, tentou dar um ponto final às sucessivas críticas “oposicionistas”, alardeadas aos quatro cantos. Após 30 minutos de atraso, o que seria uma entrevista tornou-se, simplesmente, um café de confraternização. Ladeado por uma dezena de jornalistas, não houve como não tocar no assunto. Jair Araújo foi direto. No discurso não deixou de citar que o Banese é um banco ‘ranqueado’. O presidente citou algumas das categorias em que a instituição bancária está posicionada: “Nós somos hoje o segundo melhor banco público do país, o 10º melhor em liquidez, o primeiro melhor banco público em liquidez, o 13º como banco de varejo e o 17º do ponto de vista de retorno sobre o patrimônio líquido. Isso demonstra a solidez do banco, o banco está ranqueado sempre”, explicou. Porém, Jair foi evasivo quando o assunto foi privatização: além de não ter respondido à pergunta, limitou-se a repetir que o Banese é sólido e que toda a população sergipana elegeu a empresa como o melhor banco do Estado, graças aos 33% de preferência no mercado sergipano, número citado pelo presidente. “Quando alguém falar alguma coisa, procure ver de onde está vindo, quais são os verdadeiros interesses. Nós tivemos aí durante a eleição alguém que tentou usar a marca Banese para tirar proveito dela e quebrou a cara. Você sabe quem foi. Estou movendo oito processos, e o Banco também, contra um vereador. Não vou falar o nome dele, vocês descubram, até para não dar margem a ele”, disse o presidente. VEREADOR – Apesar de não citar o nome do vereador em questão, a equipe do Portal InfoNet entrevistou Antônio Góes e apurou que o parlamentar foi citado em dois processos movidos pelo presidente do banco, entretanto, voltou a dizer que não retirava as acusações de que a instituição estava sendo descapitalizada. “O MP vai apurar tudo isso”, disse. A respeito da acusação de que estaria alardeando uma situação apenas para conseguir votos, Góes respondeu: “Eu não fui nem eleito. Tudo o que fiz, fiz porque tenho uma história no Banese de 28 anos de trabalho. Lá, fui eleito representante do Conselho dos Funcionários. Não é de hoje que eu defendo o banco desse tipo de administração que está acontecendo neste instante. Já tenho até mesmo um plano de fortalecimento da empresa que será discutido com a sociedade”. Enfim, após anunciar parcerias com o BNDES, o BNB, a Ponte Aracaju-Barra (que vai mudar a história da Barra dos Coqueiros, conforme avaliação própria do presidente), o presidente concluiu com a seguinte frase: “O Banco Central é quem tem respaldo para nos avaliar. Pode nos avaliar, quem sabe não só ler, mas analisar balanço como, por exemplo, a mídia especializada, a Folha de São Paulo, a Gazeta Mercantil e o Estadão. Eles não fazem esse tipo de maldade. Quem fala isso, tenta plantar notícias desfavoráveis ao Banese”, sentenciou. Por Wilame Amorim Lima“Um banco vive do nome e da credibilidade”. Para o deputado Venâncio Fonseca, toda a polêmica gerada em torno do Banco do Estado de Sergipe não passa de ataque da oposição na tentativa de desestabilizar o Banese. Há algum tempo a instituição vem sendo alvo dos discursos de vereadores e deputados que afirmam que o governo do Estado pode estar acabando com o banco.
No quesito credibilidade, há concordância de Jair com o que diz Venâncio: estão tentando destruir a credibilidade do Banese, mas ninguém soube explicar ao certo o porquê. Jair Araújo respondeu que alguns políticos estão tentando se aproveitar da marca do Banese para conquistar votos. Um exemplo, citado pelo presidente, foi o caso de um vereador, cujo nome ele fez questão de não citar, que estaria se saindo com “factóides”.
Segundo Goisinho, a prova máxima de que o banco caminha para uma possível privatização é o próprio edital. “O artigo que proibia a transferência de recursos foi transgredido e logo depois modificado. A transferência de recursos feita para o Governo do Estado é ilegal”, explicou o vereador ,citando o exemplo da aplicação de R$ 15 milhões nas obras da Orla da Atalaia antes mesmo da mudança do artigo.
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