Presidente do Sindiserj renuncia ao cargo

O presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Sergipe (Sindiserj), Antônio Pedro, enviou neste sábado um comunicado de renúncia aos sindicalizados e imprensa. No texto, ele diz que não houve coesão na chapa Luta Sindical, encabeçada por ele e vencedora das eleições realizadas em dezembro de 2007.

 

Desde o final de abril, quem respondia pelo sindicato era o vice-presidente, Hélcio Albuquerque. À época, o Sindiserj apenas informou que o presidente estava afastado, mas não manifestou a razão. O Portal Infonet procurou Antônio Pedro, mas ele não atendeu às ligações.

 

Veja abaixo o comunicada na íntegra:

 

 

COMUNICADO DE RENÚNCIA

  

Prezados Sindicalizados, 

 

Ao assumir o encargo confiado por vocês, acreditei na capacidade administrativa e de coesão da Chapa formada.

 

Ocorre que à medida que os dias foram passando e os atos sendo realizados por membros eleitos, tendo estes sido praticados de forma individual ou em grupo, comecei a perceber que o intuito ao assumir o sindicato, por essas pessoas, não era exatamente o cuidado no crescimento do sindicato e da categoria.

 

A começar por boicotes internos ao meu nome, à tentativa de desqualificar-me enquanto profissional e enquanto sindicalista, bem assim à quebra de regras básicas de condução dos trabalhos internos com envio de e-mails e convocações sem autorização da diretoria e em especial, sem a minha autorização.

 

Em virtude de todas as ações cometidas pelos próprios membros desta diretoria autofágica é que a minha situação à frente deste Nobre Sindicato tornou-se incômoda.

 

Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último alento. É o que posso oferecer. A todos os sindicalizados, que me deram a imensa honra de ser eleito em dias recentes como membro Principal deste Sindicato, em cujo âmago se deve adotar medidas inteligentes, sensatas e, especialmente, responsáveis e não utilizar-se da instituição com fim político-partidário, comunico-lhes que jamais aceitei tais atitudes.

 

Minha mais profunda convicção é de que as respostas aos problemas da nossa categoria requerem pessoas envolvidas com os nossos próprios interesses, pois saberá utilizar-se destes para buscar o melhor. Nem um só detalhe se pode ignorar, e não se trata de um caminho fácil, mas tal caminho deve ser pautado pela tolerância, sapiência e diálogo, contudo sendo firme nos posicionamentos, como se faz nas maiores negociações.

 

Meu interesse ao assumir jamais foi “sentar-me” em um cargo, nem muito menos obstruir o crescimento da categoria, mas sim buscar a melhoria de todos nós, com a conquista de lutas antigas e de novas.

 

Penso como Niemeyer quando disse que se deve ser conseqüente até o final e que a mediocridade ativa é uma “merda”.

 

Trairia, portanto, minha consciência ao ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, quando não tenho condições de tomar qualquer decisão ou conseguir a aprovação interna de qualquer ato, uma vez que a diretoria desconstrói tudo criado por mim, bem assim leva à discussão matérias que jamais foram discutidas por nós.

 

Sinto-me mesmo é traído pelos os colegas que enfrentaram uma grande batalha comigo quando da eleição desta instituição, na qual conseguimos uma vitória gigante fincando uma nova bandeira após diversos anos.

 

Despeço-me de vocês, desejando combater como um soldado das idéias, porém de idéias regadas á consciência, sensatez, cordialidade, tolerância, inteligência, coerência e diálogo.

Essa renúncia só tem validade se lida em assembléia.

 

Obrigado.


Aracaju (SE), 16 de maio de 2008.

 

Antônio Pedro Machado dos Santos

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