Com a sala repleta de jornalistas de todo o Brasil, na manhã desta quinta-feira, 19, o desembargador e presidente do Tribunal Regional Eleitoral Luiz Mendonça concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. A conversa durou cerca de 40 minutos, e a todo o momento Luiz Mendonça se mostrou tranqüilo e contou com detalhes todos os fatos do atentado sofrido por ele e seu motorista na manhã da última quarta-feira, 18. Jornalistas de todo o Brasil acompanharam o depoimento do presidente do TRE (fotos: Portal Infonet)
Atentado
O desembargador disse que os disparos começaram no momento em que o carro estava com a velocidade reduzida por conta do sinal vermelho. “Quando os tiros começaram, logo percebi que os resíduos vinham de encontro a minha cabeça, me abaixei no carro e me deitei no banco, mas percebi que no banco estavam passando muitos projéteis próximos ao meu corpo. O carro balançava muito, eu me senti dentro de uma rede, uma rede desconfortável. Desci mais para o assoalho e percebi que o motorista Jaílton tinha aberto a porta do carro e desabou”, conta.
O presidente do TRE disse que com a queda dos motoristas intuiu que os bandidos se aproximariam do carro para consumar as mortes. “Por uma questão de intuição eu sabia que os bandidos vendo que o motorista estava morto ou desmaiado, eles iriam se dirigir para consumar o crime próximo ao carro. Então eu levantei a cabeça para visualizar o campo de ação, pois eu tinha noção de onde estava partindo os disparos. Quando percebi a aproximação deles, e vendo a arma que era cautelada ao motorista, peguei aquela arma no piso do carro e efetuei o disparo que eles ao
perceberem se afastaram do carro”, informa. Luiz Mendonça se mostrou tranquilo a todo instante e disse não ter medo de morrer
A arma em questão é uma submetralhadora que ficava acautelada embaixo do banco do policial. No momento em que Mendonça percebeu que os bandidos se afastaram ele saiu do carro com a arma em punho. “No momento em que eles saíram, eu também saí do veículo com a arma na mão observando se não tinha alguém ainda dando apoio. Uma pessoa que me conhecia passou e disse que levaria ao hospital, aí eu já tinha a segurança que dali para frente o que poderia encontrar era a segurança pública”, diz.
Socorro
Sobre a demora no socorro do motorista Jaílton Pereira, o desembargador falou que a atitude da polícia de socorrê-lo ao invés de esperar o SAMU foi correta. “Eu não sei quanto tempo o SAMU levou e você tem que registrar isso a partir do momento em que ele foi comunicado, mas como a polícia estava presente e também faz parte do trabalho da polícia, eles agiram muito bem em retirar o Jaílton do local e encaminhá-lo para o hospital. O que eu peço a população sergipana é uma preocupação mais com ele do que comigo. É um rapaz de bem, de família, tem seis filhos e é um policial que nunca teve nenhuma mácula na atividade pessoal, estou acompanhando sua recuperação e torcendo por ele”, fala.
Crime político
Sobre a possibilidade de o atentado ser um crime político Luiz Mendonça descartou qualquer possibilidade e afirmou que o processo eleitoral em Sergipe transcorre de forma tranqüila. “A motivação política eu descarto totalmente, pois eu conheço todos os políticos de Sergipe. A eleição está sendo conduzida de forma pacífica, ordeira, sem qualquer desmando. Não é a nossa cultura a violência, não é isto que o povo sergipano costuma levar para as urnas. Recomendo apenas que todos cumpram as leis para não ter problema após as eleições”, ressalta.
Floro Calheiros
A respeito dos comentários e da possibilidade do mandante do crime ter sido o foragido da justiça Floro Calheiros, o presidente do TRE disse que essa atribuição é equivocada. “Eu não posso atribuir o crime ao Floro Calheiros por não ter por enquanto qualquer indício que leve a esta conclusão. Eu não tenho desafeto nenhum, apenas cumpro o meu dever. Todo Sergipe conhece, eu venho do Ministério Público, tive uma atuação que me orgulha porque os crimes de maior repercussão sempre designaram o meu nome para acompanhar”, diz.
Segurança
Na oportunidade foi perguntado ao desembargador Luiz Mendonça se a segurança ao seu redor será reforçada. Luiz afirmou que não há necessidade pois preza pela sua liberdade. “Eu não vou mudar, eu gosto muito da liberdade, vou observar as investigações e ver o que devo fazer. Eu acredito muito na força divina e na sorte, e as pessoas que tem essa força e andam com fé sempre prevalecem e se falhar, todos nós temos que saber que um dia se encerra a nossa presença na terra”, aponta.
Por Bruno Antunes
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