Presídio Feminino rebate acusações do CCEP

Internas reclamam da qualidade da comida
A direção do Presídio Feminino (Prefem) recebeu a imprensa nesta quarta-feira, 15, para uma visita às dependências da instituição. Com capacidade para 40 internas, o Prefem comporta atualmente 109 mulheres. Além da superlotação, as internas reclamam da comida, das condições de higiene e de maus-tratos. Esses problemas também foram relatados pelo Conselho da Comunidade na Execução Penal (CCEP).

A diretora da casa, Mônica Barreto, rebate as acusações. “Não existem maus-tratos. Às vezes um servidor tem um perfil mais sério e elas não se adaptam”, explica. Quanto à alimentação, ela disse que funcionários e internas recebem a mesma refeição e que, atualmente, são oferecidas quatro refeições diárias feitas no próprio Prefem.

Reclamações

Diretora do Prefem, Mônica Barreto
A imprensa pôde visitar o Núcleo de Reinserção Social, onde são ministradas aulas de alfabetização e profissionalização, a cozinha e o berçário, onde atualmente estão três presas. O local onde ficam as celas, ou ‘salões’ como são chamadas no Prefem, não foi mostrado, apesar de ter sido alvo da maior parte das reclamações. “Não tem estrutura. Os salões são apertados, dormimos com baratas e ratos”, conta a interna Maria Raimunda.

Um outro problema apontado por ela foi confirmado pela diretora do Prefem. “Estou aqui há quase um ano e não tive ainda uma audiência”, disse a interna. Mônica Barreto confirma que existem pessoas que estão há mais de um ano em regime fechado e ainda não tiveram uma única audiência. “Das 100 que estão no regime fechado, 90 ainda não foram sentenciadas”, explica.

A comida também é alvo de reclamação de várias internas. “A comida é péssima e nós sofremos maus-tratos da administração”, denuncia Patrícia dos Santos. Os nomes dos servidores que supostamente estariam maltratando-as são repetidos por outras internas, mas negado pela diretoria.

Educação

Educação é um dos pontos positivos apontados pelas internas
Já o trabalho educacional desenvolvido pela instituição é ressaltado por todas como um ponto positivo.  “Estou aprendendo muitas coisas. Já fiz até um curso de cabeleireira”, conta Maria de Lourdes. Além do curso de cabeleireira, as internas podem fazer também curso de bordado, corte e costura e educação cultural.

A diretora do Prefem informa ainda que atualmente 23 detentas estão realizando trabalhos internos e as nove que estão no regime semi-aberto, trabalham externamente. Mônica Barreto explica também que a assistência à saúde é realizada preferencialmente no Hospital de Custódia, mas as pacientes podem ser encaminhadas a outros hospitais, se necessário.

Para tentar amenizar o problema da superlotação, uma reforma deverá ser iniciada em breve no Prefem. Com isso, a capacidade deve passar a ser para 60 internas. A reforma do antigo hospital Garcia Moreno, que abrigará o novo presídio, também começará em breve. De acordo com a diretora, a nova unidade terá capacidade para 119 internas.

Por Gabriela Amorim

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais