Depois de muitos atrasos e remarcações de prazos, o DNIT entregará a primeira parte da obra da duplicação da BR-101 na próxima semana. “Isto, se São Pedro deixar!”, diz o chefe de Infra-Estrutura do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Carlos Alberto Sarmento, comentando que o trecho que estará pronto é “aquele que sai de Aracaju para Salvador passando por debaixo do viaduto”. 
Carlos Sarmento comenta que o tempo atrapalhou o andamento da obra
De acordo com ele, os técnicos estão se empenhando para deixar a segunda parte pronta antes do inverno. “A pretensão é entregar até maio o viaduto na saída de Aracaju com todas as suas alças funcionando, como fizemos com o de Itabaiana”, compara.
A notícia ruim é que por causa das intensas chuvas que caíram na cidade durante o mês de fevereiro, o restante das obras deste trecho – que engloba a duplicação – não será finalizada no mês de outubro deste ano, como previsto. O projeto de duplicação deste trecho da BR-101, orçado em R$70 milhões prevê o trecho que vai de Aracaju até o povoado Pedra Branca, em Laranjeiras; da construção dos dois viadutos dos trevos de acesso aos municípios de Aracaju e Itabaiana, além de toda a sinalização de sua extensão.
Sarmento disse que as obras estão prejudicadas por causa do mau tempo. Ele ressalta que em dias que a chuva cai, seja de dia ou pela madrugada, não se pode fazer muita coisa. “Infelizmente as chuvas este ano se anteciparam e se chove a noite no local da obra, praticamente não se trabalha pelo dia. Isto depende da intensidade da chuva e do serviço que necessitamos fazer. De janeiro para cá já perdemos quase 30 dias de trabalho”, confessa. 
Passagem por debaixo do viaduto que deverão entregando próxima semana
Atualmente trabalham na obra cerca de 220 homens. Ele conta que diminuiu uns 80 funcionários, porque não estão podendo executar alguns serviços. Carlos Sarmento informa que não existe nenhum entrave jurídico ou financeiro para que a obra não seja feita.
“Eu estou neste ramo há 40 anos, mas nunca peguei de frente uma obra tão complicada como esta. É muito difícil fazer uma obra deste porte num local que registra maior densidade demográfica, com cerca de 27 mil veículos trafegando nos dois sentidos. Além de termos comerciantes que não querem ficar um dia sem acesso ao seu estabelecimento, ainda temos uma área que envolve várias empresas como Sergás, Energipe, Petrobras, Deso, entre outras que surgem demandas individuais que temos que negociar e resolver”, revela.
Itabaiana
Ao ser questionado sobre a iluminação e sinalização de trânsito do viaduto que dá acesso ao município de Itabaiana, no qual motoristas vêm reclamando dos grandes perigos e acidentes, Sarmento comentou que o DNIT não consta no programa a parte de iluminação e que a sinalização também está sendo colocada. 
Saída da pista de Itabaiana sem iluminação ou sinalização luminosa horizontal
“Existe também um projeto para a colocação de 15 a 20 mil tachinhas bidirecionais nas BRs- 101 e 235, o que irá ajudar os motoristas. Estamos também sinalizando com as placas, mas o número de roubo delas é grande. Atualmente, estamos encaminhando um relatório à Polícia Rodoviária Federal toda vez que temos um roubo de placa”, comenta.
Entraves
Paralisada desde maio de 2002, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que solicitou uma repactuação de preços, as obras só foram retomadas em 2005. O chefe de Infra-Estrutura da Dnit, fez questão de afirmar que o TCU não encontrou nenhuma irregularidade no empreendimento. 
Obra no outro sentido
Depois deste período, apesar de não haver nenhum impedimento legal, os serviços voltaram a ser paralisados por um longo tempo em 2006 por conta das chuvas.
Por Raquel Almeida
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