Aberto o período de quaresma e as vendas continuam fracas no setor de pescados no Mercado Central de Aracaju. A procura não atendeu às expectativas dos vendedores, que realizaram uma feira alternativa no pátio externo do mercado na terça-feira de carnaval, quando este esteve fechado.
O período não tem favorecido os comerciantes de peixes, que insatisfeitos não criam grandes expectativas para a época. Já os vendedores de mariscos não podem reclamar, pois independente da época as vendas têm se mantido.
A pouca procura no início desta quinta-feira desanimou muitos vendedores, que fecharam seus boxes na seção de peixes. Segundo a vendedora de peixes, Maria do Carmo, há oito anos no Mercado, a tradição católica não garante boas vendas. “É uma época que há muito tempo não tem vendagem, porque o povo hoje em dia não crê nas coisas do Senhor”, constata, dizendo que ano passado também foi um ano ruim nas vendas.
Já para os comerciantes de camarão, a feira de terça-feira deixou os vendedores tão satisfeitos que muitos não abriram seus boxes na manhã de quarta. “Só não vendeu quem não tinha mercadoria”, comentam alguns vendedores.
Mesmo com a pouca produção do camarão pescado em alto mar, devido às fortes chuvas, o camarão de viveiro tem sido bem aceito e não tem deixado que as vendas diminuam. A procura pelo camarão não se restringe a um período e assim as vendas não sofrem grandes alterações, além de que é um produto bastante requisitado nos cardápios.
Os preços, segundo os vendedores, sofreram reajustes apenas para o comerciante, que não puderam repassar para os compradores devido à baixa demanda. Essa opinião não se estendeu a todos os comerciantes, pois em sua maioria admitiram não ter havido ajuste sequer no quilo dos pescados. Mas todos concordam que o lucro não tem sido dos melhores. “O nosso ganho aqui é de R$1 para baixo, chegando às vezes a R$ 1,50 apenas”, reclama a vendedora Maria São Pedro.