Professoras protestam contra o feminicídio em audiência

Manifestação no fórum (Fotos: Sintese)

Um grupo de professoras e militantes do movimento sindical, vinculadas ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintese) e da Central Única dos Trabalhadores (Cut), realizou um ato em protesto à violência contra mulher no município de Campo do Brito. Segundos dados revelados pela Central Única dos Trabalhadores, no ano passado, 63 mulheres foram assassinadas em Sergipe, entre os quais 16 em Aracaju. “Sem contar com os números de violência doméstica com lesões corporais, aí o número vai para 5 mil casos”, destaca a dirigente sindical Ana Luzia Costa Santos, da Secretaria de Mulheres da Cut.

As manifestantes acompanharam a audiência de instrução e julgamento do processo judicial no qual figura como réu Jackson Douglas Passos Carvalho, acusado pelo assassinato da professora Ivania Santana de Oliveira, 45, morta a tiros disparados por dois homens, que ocupavam uma motocicleta.

O crime foi registrado no dia 12 de setembro do ano passado no estacionamento do Colégio Estadual Guilherme Campos, naquela cidade, onde a professora trabalhava. Nesta quarta-feira, 14, aconteceu a primeira audiência de instrução e julgamento, com a presença dos familiares da vítima e também do acusado. De acordo com a polícia civil, que investigou o caso, o assassinato teria sido motivado pelo fim do relacionamento amoroso entre o acusado e a vítima.

Críticas

Mulheres cobram política pública para amparar vítimas

Durante o ato, as manifestantes distribuíram panfletos e exibiram cartazes destacando que a violência contra a mulher não estaria restrita a aspectos físicos, mas também a aspectos relacionados à tortura psicológica, sexual, patrimonial e também à violência moral. A dirigente sindical Ana Luzia Costa Santos, da Secretaria de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores, faz sérias críticas à política do Governo do Estado para acompanhar e dar proteção às mulheres vítimas de violência em Sergipe.

Ana Luzia Costa cobra a construção da Casa da Mulher Brasileira, conforme projeto do Governo Federal, que prevê investimentos na ordem de R$ 18 milhões para a construção da obra e outros R$ 8 milhões para garantir a manutenção do empreendimento por um período de dois anos, com contrapartida do Estado. “Queremos sensibilizar o Governo para buscar alternativas para retirar as mulheres vítimas deste ciclo de violência”, diz a sindicalista, cobrando a obra.

Contingenciamento

A coordenadora estadual de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Estado da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos, Edivaneide Paes, disse que a obra não pode ser sequer iniciada devido ao contingenciamento promovido pelo Governo Federal desde que Michel Temer assumiu a Presidência do Brasil. Segundo Edivaneide Paes, estes recursos nunca foram liberados.

Ela garante que o Governo do Estado continua atento a esta questão, tentando a liberação dos recursos para esta obra específica, e revela  que no próximo mês o Estado inaugura a Casa Abrigo, em local não revelado, justamente para amparar e dar apoio às mulheres vítimas de violência em todo o Estado de Sergipe.

Por Cássia Santana

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