Os professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) decidiram em assembléia, realizada na manhã de hoje, pela greve da categoria. Foram 82 votos a favor e quatro contra. Uma nova assembléia será realizada no dia 20 de outubro para decidir o encaminhamento da paralisação. De acordo com o professor Airton Paula Souza, presidente do Sindicato dos Professores da UFS, o movimento nacional começou no dia 30 de agosto, quando foi instalado o Comando Nacional de Greve. Na época, 17 universidades federais aderiram ao movimento. As universidades não entraram em greve ao mesmo tempo devido à diferença nos calendários acadêmicos. “A adesão está sendo paulatina e gradativa”, explicou Airton. Com a decisão de hoje, são 35 universidades federais em greve, em todo o país. Em algumas, tanto os técnico-administrativos quanto os docentes estão paralisados. Na pauta de reivindicações, está a defesa da gratuidade e da qualidade do ensino na universidade pública. “A qualidade do ensino superior está nas Instituições de Ensino Superior públicas. A valorização do professor é fundamental nesse processo, porque o docente é peça primordial no processo de qualificação do ensino”, opina o presidente do Sindicato dos Professores. REIVINDICAÇÕES – De acordo com o professor, a primeira reivindicação é a incorporação das gratificações ao salário. A segunda é a retomada do anuênio, que aumenta em 1% os salários dos professores, a cada ano. A abertura de concurso público e a definição de uma política salarial estão entre os outros pontos. “Hoje, um terço dos professores são substitutos, com contratos precários, o que acaba baixando a qualidade da educação. Queremos uma política salarial com regras bem definidas, como a recomposição das perdas dos últimos 10 anos e da inflação do ano anterior”, disse Airton. Na assembléia estiveram presentes 117 docentes. No dia 6 de outubro, o Ministério da Educação reconheceu a paralisação oficialmente e se reuniu, pela primeira vez, com o Comando Nacional. “A primeira proposta foi descartada porque não resolvia os pontos da pauta, pelo contrário, apenas os agravava”, disse o presidente. No dia 19, outra reunião está programada entre o Ministério e os docentes. No dia 20, uma assembléia estadual será realizada para avaliar o movimento. Em Aracaju, no dia 19, está programado um ato público, ainda sem local definido.
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