Envolvendo o Ibama, através da Gerência Executiva no Estado e do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros; a Universidade Federal de Sergipe; e a Codevasf o acordo prevê a realização de estudos científicos e de ações que tenham como objetivo garantir a sobrevivência do macaco-guigó (Callicebus coimbrai). Dentro do previsto pelo projeto para os próximos dois anos estão a implementação de um conjunto ordenado de ações, a exemplo do estabelecimento de uma rede de Unidades de Conservação que deve envolver áreas públicas e privadas. No caso destas últimas os proprietários seriam estimulados a criarem Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Além disso, o projeto prevê ainda a realização de estudos em ecologia e genética da espécie e o desenvolvimento de ações educativas para inserção das comunidades locais no esforço de conservação. De acordo com Márcio Macedo, gerente do Ibama em Sergipe, o Acordo de Cooperação Técnica vem formalizar e amplia um esforço que estas instituições já vem realizando nos últimos dois anos. Uma extensa base de dados foi formada. Tal fato permitiu aos pesquisadores a preparação de novos estudos que devem avançar na caracterização genética de algumas populações do primata. O intuito é identificar linhagens intra-específicas independentes e o possível impacto da fragmentação dos habitats sobre a diversidade genética da espécie. O Guigó vive em remanescentes de Mata Atlântica localizados em Sergipe e no norte da Bahia. Atualmente, ele é tido como uma das espécies de primata mais ameaçada de extinção em todo o continente americano. Em função disso, o Guigó está entre as 26 espécies de primatas da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do Ibama/MMA. Além disso, o Guigó e considerada com uma espécie “criticamente em perigo” pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Esta organização classifica nesta categoria, além do Gugó, mais nove espécies encontradas em território brasileiro.
Nesta sexta-feira, 10, às 15 horas, estará sendo lançado em Sergipe o Projeto Guigó. No evento, que acontecerá durante a inauguração da nova sede da Gerência do Ibama no Estado, será assinado um Acordo de Cooperação Técnica para desenvolvimento do Projeto. Macaco-guigó. Foto: Marcelo Sousa, pesquisador do Projeto Guigó
O Projeto – Segundo Marcelo Marcelino, Chefe do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, o Projeto Guigó visa à conservação de uma espécie da fauna brasileira ameaçada de extinção. Para ele a iniciativa representa ainda uma luta para a conservação dos remanescentes do ecossistema de Mata Atlântica no Estado.
Macedo refere-se a um estudo que vem sendo desenvolvido desde 2004 por pesquisadores das três instituições. Considerado o mais completo mapeamento das áreas de ocorrência do macaco-guigó em Sergipe, o estudo resultou na descoberta de 15 novas populações da espécie, além das já anteriormente conhecidas.
Guigó – O macaco-guigó é o último primata descoberto na Mata Atlântica. Ele foi descrito pela primeira vez em 1999 pelos pesquisadores S. Kobayashi e Alfredo Langguth. Assim sendo, ele é uma das recentes espécies de primatas neotropicais das quais a ciência tem conhecimento.
Dentre os pesquisadores, a perda de habitat é considerada a principal causa para o risco de extinção da espécie. É importante ressaltar ainda que esta situação é significantemente agravada pela prática da caça e pelo processo de desmatamento dos remanescentes de Mata Atlântica.
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