Projeto vai financiar a realização de documentário sergipano

Uma iniciativa unindo a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Fundação Aperipê, Fundação Padre Anchieta e TV Cultura, resultou em uma boa nova para o pequeno, mas resistente, setor de produção do audiovisual em Sergipe: trata-se do I Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro – DOCTV. O projeto tem como objetivo incentivar a produção regional de documentários, para exibição em rede nacional de televisão. Aprovado no final de maio, o projeto passou cerca de três meses sendo elaborado. Agora, os Estados, que fazem parte da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais – Abepec – estão abrindo as inscrições para que produtores independentes apresentem projetos. Destes, um será escolhido e terá direito a um orçamento de R$ 90 mil, sendo que R$ 70 mil são patrocinados pelo MinC e R$ 20 mil pelos governos estaduais, através das televisões estatais. Em Sergipe, o programa foi lançado na manhã de hoje, às 10 horas, na sede da Fundação Aperipê. Para Rosângela Rocha, presidente da Associação Brasileira de Documentaristas – Secção Sergipe, a iniciativa é louvável, mas deve ser encarada como um primeiro passo. “Na verdade, este é um pequeno embrião, que pretende ajudar a produção do audiovisual em Sergipe. Agora, vale lembrar que ainda existem várias lacunas, não só no que diz respeito à produção, mas a formação e capacitação de profissionais, preservação da memória, e difusão do que é produzido”, analisa. Rosângela também acredita que a situação do Estado, neste âmbito, é grave. “Nós estamos fora do espaço de mercado, e fora do espaço de comunicação e acompanhamento da linguagem do audiovisual. Isto é que realmente preocupante. Hoje se sabe que a indústria do audiovisual emprega muito mais que a automobilística, e estamos esquecendo de explorar esse nicho. O que esperamos é que mais pessoas venham pressionar para que estes estímulos aconteçam com freqüência e que tenhamos um programa sério de desenvolvimento audiovisual no nosso Estado”, avalia. Enquanto o setor não alcança esse patamar no Estado, as autoridades locais e os produtores que estiveram presentes ao lançamento do I DOCTV, empolgaram-se com o projeto. “O I DOCTV é o início de um processo de retomada da produção local”, afirma o jornalista César Gama, diretor da Fundação Aperipê. O secretário de Cultura do Estado, José Carlos Teixeira, também acredita que o programa do Governo Federal em parceria com o Governo Estadual, marca o início de uma nova época. “É um momento histórico de retorno ao verdadeiro papel da televisão pública, que através de um concurso de seleção de documentário, vai desenvolver atividades que serão marcantes para a cultura do Estado. É uma verdadeira valorização dos talentos da terra na produção de vídeos e documentários, e que vai gerar um aumento especial no trabalho representativo de Sergipe”, disse o secretário. O secretário de Educação do Estado, Marcos Prados Dias, também esteve presente ao lançamento. Como a Fundação Aperipê hoje é subordinada a SEED, Dias também felicitou a iniciativa. “É bastante salutar ressaltar a importância do lançamento desse projeto em nosso Estado, principalmente porque implantar um pólo de produção não é uma coisa fácil”, frisou. REGRAS – Os participantes que tiverem interesse em inscrever projetos para serem avaliados pela comissão do DOCTV, devem lembrar que os temas têm que ser relativos à diversidade cultural do Estado. O programa vai premiar apenas um projeto inédito, que deverá ter a duração de 55 minutos. A produção será custeada pelo orçamento de R$ 90 mil e deve ser concluído em 150 dias. O dinheiro sairá em parcelas. 20% na assinatura do contrato, 40% no início da etapa de filmagem, 30% na edição e 10% na conclusão. As inscrições começam na segunda-feira, dia 29 e prosseguem até o dia 14 de novembro. Segundo César Gama, todos os documentários produzidos através do DOCTV serão exibidos aos sábados, na TV Aperipê e devem ser reprisados mais duas vezes durante a programação. Os produtores sergipanos, receberam o programa de braços abertos. “Eu acho de fundamental importância, neste momento em que cinema brasileiro vive um estado de efervescência, que o MinC se proponha a criar uma nova política cultural no país. Para Sergipe e para o Nordeste, que estão completamente fora do eixo Rio/São Paulo, é uma forma de mostrar que temos cineastas e documentaristas, além de uma gama de profissionais da área, que fazem um trabalho de primeira linha”, atesta o ator Antônio Leite, que vai inscrever um trabalho. O produtor Luiz Garcia, também vê no programa uma forma da produção regional receber algum tipo de atenção. “O principal ponto deste programa é, justamente, descentralizar essa produção audiovisual, que até hoje está presa aos grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo. Finalmente a gente, aqui do Nordeste, vai ter condições mínimas para desenvolver um trabalho. Estamos necessitando conseguir apresentar esta produção, dizer que temos uma temática rica e que merece atenção. Só esperamos que surjam iniciativas como esta não só na parte de documentário, mas de ficção também. A gente precisa exercer essa produção”, afirma. Conheça o regulamento do I DOCTV

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