Quase 80% dos alunos da UFS são contra cotas para negros

Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade Federal de Sergipe detectou que 79,5% dos estudantes da única instituição de ensino superior público existente no Estado são contra  a definição de cotas para negros e pardos nas instituições de ensino superior públicas. Realizada sob a coordenação do professor Marcos Eugênio, do Departamento der Psicologia, a pesquisa detectou ainda que 11,7% são contrários à política de cotas e apenas 8,7% não têm posição definida sobre a questão. Foram ouvidos 1.154 de um total de 9.895 estudantes e a margem de erro é de apenas 1,6%.

Os pesquisadores registraram ainda que 55,8% são contra  as cotas para estudantes de escolas públicas nas universidades públicas e 34,4% são favoráveis. Um total de 9,8% declarou que não têm posição definida. Segundo os dados do Neab, 74,4% dos alunos da UFS são contra  as cotas para mulheres em cargos públicos e apenas 14,5% se manifestaram favoráveis. Outros 11,2% não definiram posição sobre o tema. Apenas 15,5% dos entrevistados defenderam cotas para trabalhadores negros em empresas privadas. Mas 68,9% são contra e 15,5% ainda não sabem que ponto de vista defender.

SOBRE AS COTAS – A pesquisa do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros revela ainda que 44,5% dos estudantes da Universidade Federal de Sergipe acham que um negro ou um pardo que entra no ensino superior por cotas é menos merecedor da vaga e 35,8 entendem que ele não deve ser desqualificado por esse motivo. Outros 19,7% não souberam avaliar. Foi detectado ainda que 40,3% avaliam que os cotistas terão um desempenho pior que os não-cotistas, 24,2% acreditam que será igual e 1,2% prevê um melhor desempenho para os cotistas. 28,7% não souberam avaliar.

Os pesquisadores do Neab perguntaram: “Qual será o impacto das cotas para a qualidade de ensino?” e 42,1% disseram que não se alterará, 28% acreditam que a qualidade vai cair, 1,3% apostam que a qualidade vai melhorar e outros 28,7% não souberam avaliar. Para 74,4% dos estudantes da UFS, os cotistas são ou serão discriminados, posição da qual discordam os 25,6% restantes, conforme apurou a pesquisa. 66% dos entrevistados não optariam pelo sistema de cotas e os outros 34% fariam essa opção. Dos 1.154 entrevistados 99 (8,6%) se declararam negros, 538 (46,7%) pardos, 345 (29,9%) brancos, 95 (8,2%) amarelos, 13 (1,1%) de descendência indígena e 63 (5,5%) de outras.

 

Por Eugênio Nascimento

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