Quem é amigo do rei?

Enquanto os artistas afirmam que Funcaju e Secretaria de Cultura praticam uma política voltada para “amigos”, órgãos rebatem dizendo que têm poucos recursos e muitos pedidos Entra ano e sai ano, e a batalha entre a classe artística e os órgãos estatais que coordenam as políticas públicas, voltadas para o setor, continua. A natureza da discórdia, geralmente, envolve queixas relativas a apoio financeiro e logístico para as produções culturais. Esse suporte, que deveria ser distribuído através de critérios técnicos e democráticos, tem sido, segundo alguns artistas sergipanos, direcionado de forma a beneficiar apenas alguns segmentos específicos. “Nós vivemos a mercê de uma política pessoal. ‘O amigo do rei’, creio que esse seria o melhor título para esse sentimento. Percebemos que o artista, para conseguir emplacar algum projeto ou ser convidado para fazer parte de uma programação, deve estar sendo observado pessoalmente dentro dessas entidades ou ser amigo dessas pessoas”, reclama o cantor e compositor Mingo Santana, que acredita ter sido discriminado por não fazer parte da programação do Projeto Verão. “Ano passado, por exemplo, participei do Projeto Verão, e muitas pessoas cobraram minha participação desse ano e eu revelei que não tinha sido convidado. Não vou a uma festa para a qual não fui convidado. E esse é apenas um exemplo atual. Sempre acontece. O triste é que, como artista, tenho muita coisa a dar ao público sergipano e brasileiro. Mas apesar de perceber que sou excluído, continuo nessa luta”, relata o cantor. O ator e produtor cultural, Tonhão duImbuaça diz ter a mesma sensação. “A gente percebe, porque o artista não é bobo, que só quem é a bola da vez é ‘A’ ou ‘B’ ligado, de alguma forma, ao partido ‘X’. Então quem não tem partido fica fora do bolo. Outra situação que se percebe é que se eu for do PFL, não posso entrar na Funcaju. Se eu for do PCdo B e do PT, não posso entrar na Secretaria de Cultura. O que vamos fazer?”, questiona. O secretário de Cultura do Estado, José Carlos Teixeira, nega veementemente as colocações dos artistas. “Desde o dia 24 de fevereiro de 2003, quando assumi esta pasta, não existe protecionismo para ninguém na área das artes. Em hipótese nenhuma. Seria negação de todo o meu passado, da minha visão de democrata. E isso eu não abro mão. Eles queiram reconhecer, ou não, esse mérito, aqui estamos abertos a qualquer segmento. Agora, não posso atender a toda demanda dos pleitos que me são apresentados. Isso eu não tenho a mínima condição”, afirma. Para Tânia Soares, presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte de Aracaju – Funcaju – a queixa dos artistas não procede. “Tem muito gente que recebe apoio da Fundação que, além de não ser amigo, também não gosta da gente e está na programação. O nosso critério nunca foi esse. Por exemplo: Chiko Queiroga fez a música de campanha de Maria do Carmo Alves. Por conta disso eu não vou dar o apoio que a gente tem dado a Chiko Queiroga e Antônio Rogério? Por que não? Eles são artistas do povo sergipano. Além disso, a arte está acima de tudo isso porque não é nossa. Não é do PT, do PCdoB, da Prefeitura. A arte é da população”, afirma. “Agora, também não dá para artificializar a relação. Tem gente que fala mal, para fazer pressão. Aí o que faço: vou colocar essa pessoa para que ela não fale mais? Quer dizer, ou coloco amigo, ou incluo pessoas que não são amigos para ficar amigo. Tem sentido?”, questiona Tânia. Critérios de escolha e Conselhos de Cultura Pouco dinheiro e políticas indefinidas

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