No retorno, acompanhado da esposa e dos cinco filhos, Wilton Andrade diz que foi muito bem recebido pelos moradores. “As pessoas estão vindo visitar a mim e a minha família. As pessoas relatam que com o fechamento da emissora ficaram sem ter uma voz que cobrasse melhorias para a população”, fala. O radialista que sustentava a família com o trabalho desempenhado na emissora de rádio conta que está desamparado. Wilton lembra que o programa, o qual é bastante grato, não oferece nenhum apoio financeiro e que seu retorno para casa é marcado pela incerteza de prover o sustento da esposa e filhos. “Estou como mendigo, pedindo a um e a outro. É uma situação que nunca imaginei passar, meu sustento era dos contratos da rádio e hoje não temos mais nada. Tenho fé em Deus que possa retornar a meu trabalho”, acredita. Sofrimento Wilton menciona que os filhos estão traumatizados e que após o atentado passou a apresentar insônia, depressão e pânico. “Não é fácil de uma hora para outra você mudar a sua vida. Antes de voltar para cá estava sem vontade de viver, sinto um vazio muito grande. É uma sensação ruim”, lembra o radialista, que diz que os filhos também apresentam problemas para dormir. Investigação A esperança do comunicador de 46 anos é que o episódio sirva de lição para que a liberdade de imprensa seja respeitada. “A ministra Rosa Maria falou que o meu caso serve para todos os radialistas que por ventura sejam ameaçados por cobrarem melhorias. Antes do atentado recebia ameaças, algumas dessas pessoas chegaram a colocar o dedo na minha cara me ameaçando de morte, tudo por conta do meu trabalho, por cobrar providências para a população de Itaporanga”, lamenta. Na manhã desta segunda-feira, 21, Wilton esteve na Secretaria da Segurança Pública (SSP) e conversou com o secretário João Eloy. “Pedir informações sobre como andam as investigações, mas ele me pediu até amanhã [21] para poder conversar com o delegado André Baronto do Cope”, informa. Programa O sargento Luciano Leones que atua na escolta do radialista diz que o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Ministério da Justiça é pioneiro e que a atuação dos policiais da Força Nacional visa proteger, mas sem tirar a privacidade da vítima. O comandante da operação explica que a recomendação é que os policiais atuem 24 horas na segurança do radialista e da sua família. Para trabalhar nesse programa, os policiais passaram por um treinamento específico. Por Kátia Susanna
Escoltado por nove policiais da Força Nacional, o radialista Wilton Andrade, que foi obrigado a deixar o Estado por conta de um atentado sofrido em dezembro do ano passado, tenta recomeçar a vida. Emocionado, o radialista diz que durante os três meses que passou distante da sua residência em Itaporanga D´Ajuda contou com o apoio do programa de proteção da Secretaria de Direitos Humanos de Brasília. Wilton espera que o caso seja solucionado (Foto: Arquivo Portal Infonet)
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