Reflexos do período pós-pandemia são sentidos no turismo sergipano

A PNAD Turismo quantifica os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e para o exterior. Em 2020 e 2021, foram apurados gastos e características das viagens realizadas, associados a outras variáveis, incluindo o rendimento domiciliar per capita. O tema Turismo vem sendo investigado na PNAD Contínua desde 2019, por meio de um convênio entre o IBGE e o Ministério do Turismo. Há dados para Brasil e Unidades da Federação.

Segundo a PNAD Contínua, em 2021, 137 mil domicílios sergipanos referiram ter havido ao menos alguma viagem que havia sido finalizada nos três meses anteriores à entrevista. Este número é menor se comparado com 2020 (186 mil), assim como na comparação com 2019 (282 mil). Inclusive, entre os anos de 2019 e 2020, período em que ocorreu a pandemia causada pela Covid-19 é possível perceber uma redução considerável do número de viagens.

De todas as viagens, o estado de São Paulo foi o destino mais procurado (20,6%), seguido de Minas Gerais (11,4%) e Bahia (9,5%). Em Sergipe, esse percentual foi de 1,1% dos destinos de viagens nacionais. É importante ressaltar que mais de 90% das viagens ocorreram por motivo pessoal (124 mil no total). Desse total, 29,9% foi para a realização de tratamento de saúde ou consulta médica e 29,2% para a visita ou evento de familiares e amigos.

Entre os anos de 2020 e 2021, reduziu o percentual de pessoas que viajaram para fazer uma visita ou participar de evento de familiares e amigos (39,8% em 2020 para 29,2%). Em contrapartida, houve o aumento de pessoas que viajaram por lazer na passagem dos anos, saindo de 19,7% em 2020 para 25,6% em 2021. Cresce o percentual de hospedagens feitas em hotéis, resorts, flats e pousadas.

Uma das investigações da Pnad-Turismo diz respeito ao principal local de hospedagem. No estado de Sergipe, 45,8% tiveram a hospedagem na classificação “Outros”, que se refere a alojamentos, casas de apoio, veleiros, sindicatos, quartel, plataforma de petróleo, barcos, imóvel da empresa ou local do trabalho. O segundo maior percentual vem da casa de amigos ou parentes (32,1%) e o terceiro, em hotel, resort ou flat (14,1%). É interessante ressaltar que de 2020 para 2021 houve um aumento de 9,3 p.p nas hospedagens realizadas em hotéis, resorts e flats. Além disso, o percentual de hospedagem em pousadas dobrou, saindo de 2,3% em 2020 para 5,8% em 2021. Inclusive, o gasto diário por pessoa em Sergipe foi o terceiro menor do Nordeste ( R$165), ficando atrás do Maranhão ( R$ 131) e da Paraíba (R$ 132).

Em 2021, crescem viagens por ônibus de linha e avião

Outro ponto investigado na pesquisa diz respeito ao principal meio de transporte utilizado para o deslocamento. Em Sergipe, 44,2% das viagens ocorreram por carro particular ou de empresa, seguido de 25,9% de ônibus de linha. Em relação ao transporte por avião, entre os anos de 2020 e 2021, esse percentual saiu de 4,3% para 8,2%, indicando um período posterior à pandemia de Covid-19. O cenário da pandemia foi refletido também no transporte de carro particular ou de empresa, que em 2019 era de 28,1% e que em 2020 chegou a 41,1%. Um dos motivos para isso é
que em 2020, muitas pessoas preferiram viajar com automóveis, para evitar a contaminação pelo vírus. Na passagem dos anos 2019 para 2020 houve redução das viagens feitas com ônibus, que saíram de 28,1% para 20,7%.

Principal motivo para quem não viajou é a falta de dinheiro

Acerca dos domicílios em que não houve nenhuma viagem, esse número aumentou na comparação entre os anos 2019 a 2021. Por exemplo, em 2019, 590 mil domicílios tinham afirmado que nenhum morador havia viajado nos três meses anteriores à pesquisa. Esse número saltou para 636 mil domicílios em 2020 e 691 mil em 2021. O principal motivo para a falta de viagem é não ter dinheiro em 2020 (30,7%), seguindo em 2021 (35,2%).

Fonte: IBGE