O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) realiza no final da tarde desta terça-feira, 9, a reunião descentralizada em Aracaju. O objetivo da vinda do órgão a Sergipe é estreitar laços e promover a articulação com o Conselho Estadual e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA e CMDCAs). 
Reunião do Conanda aconteceu no auditório do Tribunal de Justiça
Os temas principais que serão tratados durante a visita do Conanda são os abrigos e a violência cometida contra crianças e adolescentes. “Temos visto com grande freqüência na mídia casos de violência contra crianças. Precisamos traçar estratégias de enfrentamento”, afirma o secretário executivo do Conselho, Benedito dos Santos.
A reunião irá discutir ainda o Plano Nacional de Convivência Familiar. “Os últimos acontecimentos mostram que as crianças estão desprotegidas dentro de suas famílias”, diz Maria Luiza, presidente do Conanda. Ela ressalta ainda que a proteção dos jovens é dever não só do Estado, mas também da família e da sociedade. 
Maria Luiza, presidente do Conanda
Abrigos e Cenam
Durante esta manhã, os membros do Conanda visitaram o Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) e alguns abrigos da capital. A conselheira Júlia Deptulski conta que nos abrigos foram encontrados vários problemas, como por exemplo, a existência de celas ao invés de quarto para as crianças que foram afastadas da família porque sofreram algum tipo de violência ou porque simplesmente seus pais são falecidos.
Já no Cenam, ela diz que a situação está melhor. “A lógica é mais horizontal, os adolescentes
estão realizando atividades manuais, futebol, os prédios estão em reforma”, enumera. Para ela, o centro está em melhor situação do muitas outras unidades do país que executam medidas sócio-educativas de internação. 
Júlia Deptulski, conselheira do Conanda
Carta de Sergipe
Ao final da reunião, será escrita a Carta de Sergipe, um documento sobre violência física contra crianças e adolescentes. “Essa reunião de Aracaju vai ficar na história”, acredita Benedito dos Santos. Ele complementa dizendo que existem várias diretrizes e manifestações do Conanda sobre a violência sexual e sobre o trabalho infantil, por exemplo, mas essa será a primeira sobre violência física.
Por Gabriela Amorim
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