|
Estruturas foram atingidas por fogos de artifício em 2010 (Fotos: Portal Infonet) |
As estruturas danificadas do Museu do Mangue – que pegou fogo em junho do ano passado, a uma semana de sua inauguração – tem causado problemas para os moradores da Maré do Apicum, no bairro Coroa do Meio, em Aracaju. Os quiosques do Museu não tiveram suas partes destruídas retiradas, continuam sendo depredados e servem, supostamente, como abrigo a vendedores e consumidores de drogas.
“Quando pegou fogo, ficava um guarda 24 horas por dia. Depois de dois meses não ficou mais nenhum”, afirmou a dona de casa Ângela dos Santos. “Não foi só o incêndio, mas o vandalismo. Se tivesse guarda não tinham arrancando portas e janelas, nem quebrado as pias, os vasos sanitários”, completou a moradora. De acordo com ela, também foram levados os fios dos postes de iluminação do local, que não foram substituídos.
|
Ângela: crianças podem acabar se ferindo |
As peças de madeira soltas, muitas vezes com pregos à mostra, podem se tornar um perigo para quem se aventure pela área. “Ficou arriscado. Uma criança que venha brincar pode acabar se ferindo”, apontou Santos. A dona de casa também chamou a atenção ao problema do lixo, que é descartado e às vezes até incinerado às margens do mangue que rodeia o Museu. “É um risco para a saúde”, comentou a mulher, mostrando as copas das plantas avermelhadas pelo fogo.
“A bem da comunidade foi feito esse Museu, para trazer emprego e renda”, disse o empresário Benedito Santos, marido de Ângela. “Mas está entregue, como se o poder público não enxergasse”, expôs. Segundo Benedito, um dos quiosques do complexo serviria como uma lanchonete – devido ao incêndio do local e das depredações, entretanto, nenhum comércio funciona no Museu.
|
Destruição foi causada pelo fogo e pelo vandalismo |
A reportagem do Portal Infonet buscou o posto da Guarda Municipal de Aracaju (GMA) – responsável por evitar atos contra o patrimônio público da cidade – do local por volta das 14h da última quarta, 4. Os agentes, entretanto, não se encontravam no posto que atende a Maré do Apicum, na avenida Desembargador José Antonio de Andrade Goes.
Uma dona de casa que reside numa casa próxima ao posto e teve sua identidade preservada afirmou que não tem percebido a presença da Guarda. “Ultimamente, nada de guarda. E lá no Museu é que não tem mesmo, é ponto de droga. Aqui na região está cheio, tem outro na pracinha aqui do lado. Viatura também não tenho visto”, disse a mulher, se referindo aos veículos de policiamento ostensivo da Polícia Militar (PM).
Reforma
|
Manguezal se tornou depósito de lixo em alguns pontos da Maré do Apicum |
De acordo com a assessoria de comunicação da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), os destroços do Museu do Mangue só devem ser retirados quando for iniciada a reforma do ponto turístico. A obra, afirmou o órgão, deve começar dentro de 10 dias. “Já foi feito um processo licitatório, uma empresa já ganhou”, disse um assessor da Empresa, que esclareceu que, enquanto houver risco, a população deve evitar circular pelo local.
A intervenção vai consistir na troca das coberturas dos quiosques por telhas ecológicas de cerâmica – no projeto anterior, a proteção era de palha. Serão construídos quatro sanitários e as áreas danificadas serão recuperadas. A construção está orçada em R$ 430 mil – a primeira ‘versão’ do Museu custou R$ 1,6 milhão – e o prazo de execução é de seis meses.
Segurança
|
Posto da Guarda Municipal estava vazio no momento em que a reportagem foi feita |
A Guarda Municipal de Aracaju afirmou que o posto da avenida Desembargador José Antonio de Andrade Goes é fixo e opera com dois guardas em regime de plantão, sendo coletada um documento de frequência dos agentes. “Mas existe uma extensão significativa em que é feita uma ronda a pé, apesar de o normal é que a dupla esteja lá na extensão. Para nós, existe a presença do guarda, a não ser que ele tenha faltado”, explicou a tenente Jucimeire, da GMA. A Guarda comentou ainda que a segurança dos quiosques durante o período de obra era feita por uma empresa particular contratada pela construtora responsável pelo Museu.
O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Paulo Batista, argumentou que o local passa por policiamentos ordinários. “Realmente, deveria ter mais efetivo, mas nem por isso a gente deixa de ter um patrulhamento normal”, afirmou.
“Sobre o usuário de droga, isso é muito relativo”, continuou o comandante. “Quando você liga o giroflex [alarme utilizado nas viaturas policiais], você acaba retirando o criminoso. O combate às drogas é feito com investigação, sem abusos. O morador que sabe onde está o traficante deve denunciar anonimamente à Secretaria de Segurança Pública”, apontou Batista.
Lixo
Segundo a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), a limpeza da Maré do Apicum é feita rotineiramente. “A Emsurb mantem a coleta domiciliar da área, mas já virou uma cultura dos moradores jogar lixo naquele local”, comentou um assessor de comunicação do órgão.
Informações da gerência da empresa dão conta de que já foi feito um trabalho de educação ambiental na região. O serviço consiste em avisar a população a respeito dos dias em que são feitas as coletas de lixo, explicando como funciona o trabalho da Emsurb e as consequências do descarte irregular de resíduos. A Emsurb, juntamente com a Torre Empreendimentos (empresa que recolhe o lixo da capital), se comprometeu a enviar na próxima segunda-feira, 9, uma equipe de agentes ambientais para realizar uma operação de consciência ambiental.
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B