Saem mais 2 volumes da obra de Sílvio Romero

Os dois volumes da “História da Literatura Brasileira”, escritos por Sílvio Romero, agora em reedição, serão lançados no próximo dia 15, como parte das comemorações de mais um aniversário da Universidade Federal de Sergipe. Os mesmos livros serão lançados no dia 22, no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras. A passagem do Sesquicentenário de nascimento do escritor, historiador e folclorista Sílvio Romero, não está sendo comemorado somente em Sergipe. A Academia Brasileira de Letras (ABL), localizada no centro do Rio de Janeiro, acaba de abrir a exposição “Sílvio Brasileiro Romero”, que fica exposta à visitação pública até o próximo dia 1º de junho. A mostra apresenta originais de sua obra, objetos de arte popular e oito painéis com sua bibliografia e cronologia de trabalho, conforme descrição feita pelo “Jornal do Brasil”. A exposição da Academia Brasileira de Letras reúne registros biográficos do crítico, como fotos de sua terra natal – Lagarto, em Sergipe – e um retrato de várias cores. Além dessa memória pessoal, a exposição conta com xilogravuras e outros objetos relativos às manifestações culturais analisadas por Sílvio Romero, como um manto de maracatu, um baú com oito mamulengos, chapéus de reizado e um bumba do Maranhão. Esse conjunto de peças valoriza as diferentes tradições nacionais. “Além de precursor da crítica literária, Romero foi um dos primeiros folcloristas a enfatizar a importância da miscigenação étnica para a cultura do país a partir de um olhar sociológico. Por enfatizar a diversidade, procuramos reproduzir essa característica, utilizando muitas cores para distinguir os locais da mostra referentes às suas atividades de sociólogo e crítico, além de trazer objetos destacados na sua análise do folclore”, explica a coordenadora da exposição, Heloísa Alves.
Polemista – O escritor e acadêmico Antônio Olinto, chama a atenção para a importância de se resgatar essa figura tão polêmica. “Romero é um grande nome que andava um pouco esquecido mas que em vida teve preponderância por sua acuidade e senso crítico. Com seu espírito derrubou muitas obras, mas também ergueu grandes nomes. E, antes de tudo, foi o primeiro a ser nacionalista em literatura”. A fama de severo conquistada por Sílvio Romero por suas análises, que cobrem desde as primeiras manifestações da literatura no país até as obras de escritores do início do século 20, não macula sua imagem aos olhos dos acadêmicos. “Nas homenagens da Academia a Romero, há justiça e coerência. Ele foi exponencial na crítica literária e na reflexão sociológica. Dirão talvez que sua índole o levou a um polemismo exacerbado. Mas, naquele Brasil de 1900, era preciso sacudir a árvore. Não apenas lançar idéias, mas, no melhor sentido, agitar. E Sílvio Romero foi um agitador de utilidade pública”, diz o sociólogo e acadêmico Marcos Almir Maceira. Como parte das comemorações do Sesquicentenário de nascimento de Sílvio Romero, está sendo reeditada boa parte de sua produção literária. Já foi relançado “Compêndio de História da Literatura Brasileira” e mais outros dezenove títulos virão a lume dentro de poucos meses. O Ministério da Cultura financia a reedição de sete destes livros.

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