Sargento acusado de fraudar abastecimentos é preso

Militar acusado de fraudar abastecimentos é preso (Foto: Portal Infonet)

O sargento Robertson Souza Silva, principal suspeito de envolvimento no esquema de fraudes de cartões de abastecimento de viaturas Polícia Militar, teve a prisão decretada pela Justiça Militar na última sexta-feira, 23.

O caso corre em segredo de justiça. O réu foi encaminhado ao Presídio Militar do Estado de Sergipe (Presmil). O sargento está afastado das atividades no Centro de Suprimento e Manutenção da PM desde janeiro.

A informação foi confirmada pela advogada de Robertson, Eliza Marques. Por hora, a defesa não se posicionará sobre o caso. O discurso do réu, no entanto, é de que não participou do esquema. “Ele mantém o posicionamento de que não houve ilicitudes”, disse Marques, em entrevista ao Portal Infonet no dia 31 de janeiro.

O esquema

Os desvios aconteciam por meio do uso de cartões coringa de abastecimento. O promotor João Rodrigues, que também atua na Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Militar, revelou ter identificado ‘incongruências’ no uso dos chamados cartões coringas da corporação, notando certa frequência e volume de combustível consumido em pouco espaço de tempo.

Em entrevista coletiva concedida no início desde mês, o tenente-coronel Marcony Cabral, comandante-geral da PM, não descartou o uso de outros cartões no processo fraudulento.

Uma frentista do posto de combustíveis também é acusada de participação direta no crime, permitindo o uso irregular destes cartões, que permitem o abastecimento ilimitado das viaturas, através de senhas, para fins de atender situações emergenciais.

Prejuízos

Em um trecho de investigação limitado a quatro meses, o MPE estipula que foi movimentado um valor entre R$80 mil e R$90 mil. Existe a desconfiança, também, que o esquema tenha começado no ano de 2014.

Corregedor afastado

O ex-corregedor da Polícia Militar, Bené Gravatá, que identificou o caso e o denunciou, foi afastado de suas funções pelo comandante geral da PM, o tenente-coronel Marcony Cabral, que considerou as alegações como ofensas pessoais.

Gravatá cobrava uma apuração maior do caso, apontando que o sargento Robertson não agia sozinho, além de afirmar que familiares do comandante-geral eram responsáveis pela liberação de combustível em postos credenciados. “Se apurar, encontra mais gente, o sargento não trabalhou só […]Não há interesse em apurar. É cartão coringa, com valor ilimitado”, destacou em conversa com o Portal Infonet no dia 26 de janeiro.

Por Victor Siqueira

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