Seca interrompe irrigação no Jacarecica I

Com o nível baixo, não é mais possível fazer bombeamento de água da barragem para irrigar as plantações / (Foto: Cohidro)

Há uma semana, desde o dia 17, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), interrompeu o fornecimento de água em um dos seus perímetros irrigados de Itabaiana, 65 km de Aracaju. O Jacarecica I parou de funcionar devido ao baixo nível em sua barragem. Diante da estiagem prolongada desde o ano passado, o reservatório não teve condições de se recuperar. Enquanto as chuvas não devolvem a condição hídrica que possibilite o bombeamento para irrigação, a Empresa executa obras de manutenção, limpeza e instalação de mecanismos de segurança e qualidade da água.

Desde setembro de 2016, a Diretoria de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir) e a gerência do Perímetro Jacarecica I se viram forçadas a adotar medidas de restrição no uso da água, para dispor a irrigação até o final daquele ano. A redução de 20% na área irrigada foi proposta aos produtores, além da diminuição do tempo diário de acesso à água, de 11 para 9 horas diárias. À época, as mudanças foram bem aceitas pelos agricultores e isso lhes permitiu um planejamento de médio prazo, em que seria possível contar com água até o fim de dezembro, se adotadas as ações de racionamento.

Segundo o Engenheiro Civil e gerente de Engenharia da Cohidro, Adnaldo de Santana Santos, o racionamento foi suficiente para manter a irrigação até o último dia 16 de janeiro. “A partir de agora vai depender da incidência de chuvas para que o reservatório se recupere. A qualidade da água que ainda sobrou, no chamado ‘volume morto’, está ruim e se faz necessária uma limpeza, aproveitando este período em que não tem enchimento, sem chuvas”, considerou.Informando que nesse tempo de barragem parada, também será propício realizar outras atividades.

“Vamos dar início em serviços para melhorar a qualidade da água, capacidade de reservação e segurança estrutural da barragem. Instalando equipamentos que desde a sua inauguração, há 30 anos, encontram-se sem operar, como as comportas de segurança, tomada d’água e descarga de fundo”, completa Adnaldo. De acordo com o Engenheiro, ativar este último mecanismo no reservatório vai permitir escoar as impurezas que se depositam no leito da barragem, sem necessitar esvaziá-la.

José Carlos Felizola Soares Filho, diretor-presidente da Cohidro, se solidariza com os agricultores que estão deixando de produzir pela falta d’água. “Sabemos o tamanho do problema que estão passando. Eles têm no trabalho da terra irrigada, o sustento de suas famílias. Entramos em contato com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), a quem somos subordinados, para buscar algum tipo de seguridade temporária a esses produtores inviabilizados de produzir. A única coisa boa nisso é que o esvaziamento propiciou essas obras, para nas próximas secas estarmos mais bem preparados para enfrenta-las”, avaliou.

Titular da Dirir, João Quinliano da Fonseca Neto reforça que, no entanto, os agricultores foram advertidos de que não seria seguro plantar para colher depois do dia 31 de dezembro de 2016. “Os irrigantes foram informados, através da Associação de Produtores e da imprensa de que iríamos fazer o possível para fechar o ano com irrigação. Depois disso, não seria garantido o fornecimento de água e que só a retomada das chuvas poderia mudar este quadro. Infelizmente a meteorologia não ajudou, mas ainda estendemos esse prazo além do dia 31 de dezembro, mas desde o dia 13 estávamos operando de forma parcial e condicionado à capacidade das bombas conseguirem captar água na barragem. No dia 17 isso não foi mais possível e foi inevitável a paralisação”, reforçou o diretor João Fonseca.

Fonte: Cohidro

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