O Secretário de Segurança Pública, Kércio Pinto, foi recebido no início desta tarde, para almoço no Hotel Aquários, pelo Fórum Empresarial. Ele foi falar sobre os projetos da sua pasta, mas deixou a todos os presentes impressionados pelo desgaste total da Secretaria. Kércio Pinto
Logo de início ele preveniu: “Não vou falar em como encontrei a pasta. Prefiro me ater à realidade de hoje”. Disse então que está providenciando um planejamento estratégico da Segurança Pública para que se possa alcançar os objetivos.
“Anteriormente, a SSP nunca teve um planejamento estratégico”. Revelou então que em todos os municípios há uma delegacia de polícia, mantidas, quase sempre, com ajuda das prefeituras municipais. “Mas, as delegacias não estão em bom estado. Todas elas precisam de reformas. O problema é determinar a prioridade destas reformas. Atualmente, a Polícia Militar, segundo ele, tem 6 mil homens, mas pelo menos 1.500 estão fora das atividades militares.
“A Polícia Militar precisa, urgentemente, de 2 a 3 mil homens. A Polícia Civil necessita de pelo menos 800. Há povoados e municípios que não dispõem de um policial civil, por conta desta deficiência”. Segundo Kércio Pinto o orçamento da SSP “é muito pequeno e por causa disso continuaremos subordinados aos prefeitos”. Ele objetiva, segundo declarou, fazer uma integração entre as policiais Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros.
Entre os projetos que pretende desenvolver na Secretaria de Segurança Pública destacou o combate à criminalidade e à descentralização do sistema. Há também um terceiro projeto, que ele considera importante, a Segurança Cidadã. A modernização institucional e a valorização profissional são outros dois projetos que pretende tocar. No caso da valorização profissionais, ele destaca que os policiais nunca foram valorizados.
Ele reconhece que o elevado índice de violência é o principal problema do Estado. “A meta é diminuir, ainda este ano, em 20% os números. É uma tarefa difícil porque não temos recursos suficientes”. Mais adiante, afirmou que a Polícia está despreparada para combater o crime, porque “não temos um banco de dados, não temos nem como cumprir mandatos de prisão”. E revelou que de cada dez crimes, sete são por armas de fogo, “nenhuma delas registrada”.
Respondendo a perguntas dos integrantes do Fórum Empresarial, o Sr. Kércio Pinto revelou que o helicóptero que estava à disposição da Secretaria de Segurança Pública custava R$ 2 milhões por ano, mas “para verbas de custeio só dispomos de R$ 12 milhões ao ano”. A uma pergunta, respondeu ser favorável a chamada Lei Seca, principalmente no interior do Estado. “A bebida é a principal causa de crimes e acidentes automobilísticos entre a noite de sexta-feira e o final do domingo”.
Por Ivan Valença
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