Sem teto interditam ponte de Pirambu

Manifestantes querem agilidade no processo de desapropriação (Foto: Divulgação MNLM)

Famílias vinculadas ao Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) interditaram a ponte que interliga os municípios de Pirambu a Barra dos Coqueiros na manhã desta quarta-feira, 17. De acordo com informações de Jorge Jatobá, uma das lideranças comunitárias, a manifestação teve como objetivo sensibilizar o governo federal a agilizar o processo de desapropriação da área para fins de moradoria popular.

O MNLM já foi notificado pela justiça federal para desocupar a área, em ação de reintegração de posse movida por uma construtora. Mas as lideranças do movimento entendem que a área pertence à União, que já teria assegurado o repasse para os movimentos sociais.

A ponte permaneceu interditada durante toda a manhã, segundo Jorge Jatobá e os manifestantes permanecem dispostos a dar continuidade às mobilizações para conquistar a área. O secretário municipal de comunicação de Pirambu, Francisco Freire, informou que a prefeitura lamenta a interdição do tráfego. Mas o município, segundo Francisco Freire, compreende os objetivos das famílias sem teto. Como o terreno é da União e há processo judicial no qual não é parte, a prefeitura não tem como fazer interferências, segundo o secretário.

O secretário informou que a prefeitura, atendendo determinação da justiça federal, tentou intervir para realizar o cadastro das famílias mas encontrou resistência dos próprios ocupantes. Segundo Freire, a justiça federal determinou que a prefeitura atuasse realizando o cadastro das famílias e o município designou assistentes sociais para atender as determinações judiciais. “Mas as próprias família não permitiram que os assistentes sociais entrassem para fazer o cadastro, alegando que já haviam sido cadastradas”, informou o secretário.

Em consequência, conforme explicações do secretário, os assistentes sociais recuaram e a Procuradoria Geral do Município enviou ofício à justiça federal informando a reação dos ocupantes da área. Até o momento, segundo Freire, não há informações sobre novos procedimentos.

Por Cássia Santana