Sem Teto ocupam prédio do INSS que está interditado

Prédio do INSS foi ocupado pelo Motu (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

O Movimento Organizado de Trabalhadores Urbanos (Motu) está ocupando o prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na avenida Carlos Firpo, em Aracaju. O imóvel foi interditado no ano passado por exigência da Defesa Civil devido a problemas na instalação elétrica. Desde então, o prédio está desativado e todos os serviços foram transferidos para um outro imóvel alugado no bairro Jardins, em Aracaju.

Na noite deste domingo, 14, o prédio começou a ser ocupando por representantes de mais de 650 famílias de quatro diferentes ocupações ocorridas em Aracaju [17 de Maço, com cerca de 200 famílias], Vitória da Ilha [Barra dos Coqueiros, com 172 famílias], Novo Amanhecer [Nossa Senhora do Socorro, com 144 famílias] e do Conjunto Jardim [também em Socorro, com 139 famílias], segundo informações de lideranças do Motu.

Funcionários de panificadora entregam pães para ocupantes

A ocupação começou a ser feita na noite do domingo, 14, e, por volta das 3h da madrugada, a Polícia Militar foi acionada pelo setor de vigilância do prédio. Dois vigilantes faziam a segurança do imóvel, mas os ocupantes colocaram pressão e eles acabaram obrigados a deixar o imóvel, conforme informações do sargento Brito, da 1ª Companhia do 8º Batalhão, responsável pela guarnição que está no local. “Quando chegamos aqui, o prédio já estava tomado”, conta o sargento.

Por volta das 7h desta segunda-feira, 15, funcionários de uma panificadora chegaram com cerca de 200 pães e manteiga para alimentar as famílias e, depois de conversar com as lideranças do movimento e com o comando geral da PM, o sargento Brito liberou a entrega dos alimentos. Entre os ocupantes, destacam-se crianças, idosos e gestantes. A coordenadora do Motu, Dalva Angélica Santos, informou que os representantes daquelas famílias pretendem permanecer no local até o momento em que o governo federal encontrar solução que possa garantir moradia digna para todas as famílias sem teto.

Lideranças do Motu gritam palavras de ordem para a imprensa

“Este prédio não tem fim social nenhum, está abandonado e não há nenhum indício de reforma e nosso objetivo é que tenha a finalidade de moradia popular”, considerou Dalva Santos. “E o governo federal pode fazer isso”, observa a liderança do Motu.

Pela manhã, os funcionários do INSS, que estão fazendo o cadastro dos bens que permanecem arquivados naquele prédio, chegaram para iniciar o expediente e foram barrados. Eles estão preocupados com a conservação dos móveis que estão sendo catalogados e que deverão ser doados a prefeituras.

A orientação da Polícia Militar, segundo o sargento Brito, é impedir a entrada de qualquer pessoa, inclusive dos funcionários. Apenas aqueles que estão no prédio podem sair. A dona de casa Marily Conceição Cunha chegou ao prédio por volta das 7h e também foi impedida de entrar. “Trouxe comida para as crianças”, disse Marily, que está no oitavo mês de gestação. “Mas eles não deixaram entrar”, comentou.

Marily: barrada com pães

A gestante ficou mais tranquila, mesmo barrada, depois que recebeu a informação dando conta que a panificação já tinha feito a entrega de pães e manteiga solicitados pelos ocupantes.

Procurada pelo Portal Infonet, a assessoria de imprensa do INSS informou que a gerência está se deslocando para o prédio neste momento e que só se posicionará depois que verificar a situação.

Por Cássia Santana

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